Bota pra quebrar
O ex-presidente da Fiemg Stefan Salej rompeu um silêncio de mais de dez anos e abriu detalhes sórdidos de seu conflito com o presidente da CNI, Robson Andrade, a quem acusa de “perseguidor e desonesto”. “Robson me excluiu de forma desleal da política empresarial e esmagou minha empresa Tecnowatt, obrigando-me a vendê-la”, afirmou Salej em depoimento a Durval Guimarães na nova edição da revista “MatériaPrima”.
Papel da Cemig
A Cemig se destacava na trama narrada por Salej, como uma estatal que se rende ao lobby de entidades empresariais e toma decisões para beneficiar uns ou destruir outros. Conta o ex-presidente da Fiemg: “Robson agiu por meio de um sócio, José da Costa Carvalho Neto, que na época presidia a Cemig. Minha indústria produzia lâmpadas e aparelhos elétricos e tinha a estatal como principal cliente. A Cemig rompeu todos os contratos que mantinha com a Tecnowatt, por determinação de Carvalho, que era sócio de Robson na Orteng Equipamentos”. Hoje, Carvalho preside a Eletrobras.
Jogo bruto
A briga Salej X Robson teve o clímax em 2001/2002. Na época, Salej elegeu Robson seu sucessor na Fiemg, com 70% dos votos, e saiu em campanha para presidir a CNI. Esperava respaldo mineiro. Robson, no entanto, traiu Salej para apoiar o pernambucano Armando Monteiro, a quem sucedeu depois na entidade. Hoje, Armando é ministro do Desenvolvimento. E continua parceiro de Robson, que cumpre seu segundo mandato na CNI.
Roupa suja
Em seu desabafo, Salej comentou ainda que Robson está sendo investigado na Lava Jato, reforçando uma informação que já circula há meses em círculos empresariais do setor de petróleo e gás.
Já passou
A oposição ensaiou protesto, acusando a tramitação a “toque de caixa” do projeto de reestruturação da Secretaria do Meio Ambiente na ALMG. E mais uma vez, foi prontamente abafada pelo consenso governista na casa, com o presidente Adalclever Lopes agindo nos bastidores como conciliador e conduzindo a base para apoiar a matéria em forma adequada ao governo. O projeto ainda não foi votado no plenário. Mas já é fava contada.
Faca afiada
Segundo fontes internas da PBH, Marcio Lacerda solicitou aos secretários municipais uma lista de demissões que resulte em redução de 15% no valor gasto em cada secretaria com o pagamento dos chamados comissionados – os ocupantes de cargos de confiança, em geral indicados por políticos.
Um por dois
O corte na folha exigido pelo prefeito deve mirar os assessores e gerentes. A regra a ser seguida: o gerente em posto acima no organograma passa a responder pela gerência a vagar na mesma estrutura, gerando economia.