Busca-se nome
Ante a resistência de Anastasia em disputar o governo, a oposição mineira já discute outros nomes para enfrentar Pimentel. No esforço de construção de uma nova pré-candidatura, uma hipótese que passou a circular nos bastidores é o lançamento do deputado Rodrigo Pacheco, que seria uma novidade para o eleitor e mostrou potencial na eleição da PBH. Pacheco não sairia candidato pelo PMDB, seu atual partido, e sim pelo PSDB, para o qual se mudaria. Ainda é só um bizu. Mas, tem base para prosperar.
Debandada à vista
As especulações sobre Pacheco sinalizam a debandada do vice-governador Antônio Andrade e seus aliados do PMDB, caso o grupo perca a direção do partido para a ala governista de Adalclever Lopes. Hoje poderosíssimo, o chefe da ALMG é favorito para vencer a disputa no PMDB, forçando os oposicionistas a mudarem de sigla. O abrigo de Andrade e amigos seria o PSDB em função das relações estreitas do grupo com os tucanos.
Jogo difuso
Na falta de um nome natural na oposição, o pré-candidato do PSB, Marcio Lacerda, vai tentando ganhar terreno como opção não-governista. Mas o projeto de Lacerda ainda é difuso. O ex-prefeito não fez até agora nenhuma crítica enfática à gestão Pimentel para se credenciar como oposição. E tem gente no PSB dialogando com o governo. O próprio Lacerda andou falando com Adalclever, principal aliado do governador.
Duas canoas
Lacerda se colocou em posição de tomar dois rumos distintos. Ele cogita disputar o governo, inclusive com apoio do PSDB. Mas, nada impede que venha a optar por campanha de menor risco e custo, disputando uma das duas vagas ao Senado, inclusive com apoio explícito ou oculto de Pimentel.
Remendão
O Brasil discute hoje a sua terceira reforma previdenciária em 20 anos. Fernando Henrique já fez mexidas em 1998 e Lula em 2003. Agora é a vez de Temer manter o reformismo na área, que sempre estará exigindo mudanças e adaptações, ou remendos. E como das outras vezes, o Congresso tende a votar um novo remendo suficiente apenas para tocar a Previdência por alguns anos, até a próxima “reforma” no próximo governo.
Encontro na noite: Dagmar Azevedo, Marilu Costin, Carmem Guerra Lages e Luciana Saraiva.
Vaias ao show
A PF vem recebendo duros ataques pelo modo estridente e espetaculoso com que conduziu a sua operação nos frigoríficos. Em Minas, as críticas de entidades como Associação Brasileira da Proteína Animal e Associação da Indústria Exportadora de Carne foram reforçadas por Roberto Simões, da Faemg,, que questionou o sensacionalismo e o aparato midiático em torno da ação policial. Na opinião de Simões, o combate às irregularidades poderia ter sido feito com bem menos ruído. E menor prejuízo para todos.
Tática ruinosa
Na Carne Fraca, a PF efetuou 37 prisões para desarticular um esquema de fiscais e 30 empresas. A operação poderia ter sido diluída em várias ações menores, sem prejuízo da eficiência e com menos barulho. Na realidade, o combate às irregularidades deveria ser rotina. Ocorre que a PF adotou tática de atuações estrondosas, concentradas em único momento, para aumentar a repercussão na mídia. O pressuposto é que as megaoperações podem mudar a cultura nacional pelo exemplo de rigor à sociedade. Porém, nesse caso, o espalhafato afetou gravemente a imagem da carne e do setor. A propósito de punir criminosos, a PF acabou punindo o país.
Fora do páreo
Em meio à crise da carne, está começando a sucessão na CNA, a entidade do agronegócio. Após a saída da ex-presidente Kátia Abreu, que deixou o cargo para ser ministra no governo Dilma, a principal liderança no setor passou a ser o mineiro Roberto Simões. Mas este não está nem um pouco motivado a se candidatar. No fim de semana, ele negou a candidatura.
Na composição
Sem Simões no páreo, o ex-vice de Kátia e atual presidente da CNA, o baiano João Martins, tem o caminho livre para se reeleger. Ele já pediu apoio a Simões, que pode compor o chapão oficial como vice- presidente.