Crise na Cemig
Neste fim de semana, após decisões de Aneel e TCU, o ministro Moreira Franco já começou a festejar em rede social o leilão das quatro usinas mineiras cujas concessões o governo Temer está tomando para arrecadar a partir de R$ 11 bilhões. Mas, a empresa e seu controlador, governo de Minas, subiram o tom dos protestos enquanto tentam reverter a perda no STF, que tem poder para mudar os rumos do caso. O desfecho da crise da Cemig é imprevisível. A única certeza por ora nos bastidores políticos é que o imbróglio político e jurídico terá impacto nas eleições de 2018. E esse impacto tende a ser forte.
O fator X
A Cemig e o governo de Minas depositaram as suas esperanças numa ação cautelar para manter as usinas e num mandato de segurança para suspender o leilão. A presidente do STF, Cármen Lúcia, marcou a análise de ambos os recursos para o dia 22, na 2ª turma da corte, formada por Gilmar Mendes, Celso de Mello, Lewandovski, Edson Fachin e Dias Toffoli, este relator do caso. O resultado é imponderável: os ministros tanto podem decidir a favor de um lado como podem não decidir nada, suspendendo a análise mediante o pedido de vista por um deles. Aliás, a interrupção não seria ruim para os mineiros: a indecisão no Supremo criaria insegurança jurídica para o leilão.
Pisando em ovos
Corre nos meios políticos a avaliação de que a perda das usinas, causando imenso prejuízo ao próprio Estado, pode trazer tanto desgaste ao governo estadual ao ponto de inviabilizar a reeleição do governador. Pimentel sabe dos riscos de derrota da Cemig e do reflexo eleitoral disso. Daí ter abraçado a briga de modo cauteloso, dividindo o protagonismo com o presidente da Cemig, Bernardo Alvarenga, e políticos como Fábio Ramalho, além de evitar gestos de confronto com Brasília. Pimentel tenta lutar sem expor demais a imagem, movendo as tropas de apoio à causa através de aliados.
Low profile
A Frente de Defesa da Cemig optou por sediar o seu primeiro ato público (sexta-feira, 18, quatro dias antes da sessão no STF) na usina de São Simão, na divisa com Goiás. Certamente, o evento teria maior participação popular e muito mais repercussão se fosse realizado na capital mineira.
Pior é melhor
Em Brasília, comenta-se que o grupo de Aécio aposta na perda das usinas como um grande trunfo na campanha eleitoral de 2018. O que vale dizer que há uma torcida silenciosa no grupo pela derrotada da Cemig. Na área da oposição, só dois políticos mineiros fizeram gestos de apoio à Cemig até agora: o senador Anastasia e o presidente do PSDB, Domingos Sávio.
Gabriela Canabrava e Lucas Sampaio, em evento da CAA de incentivo à pedalada entre os advogados mineiros.
Bodas de prata
A banca de advocacia Décio Freire completou nesta semana 25 anos de atividades com uma trajetória invejável. Há oito anos seguidos o escritório é classificado entre os dez mais admirados do país. O fundador Décio Freire, workholic inveterado, acaba de assumir a presidência do conselho jurídico e estratégico da Associação Comercial do Rio de Janeiro e não quis saber de festa: “O Brasil precisa é de trabalho e pauta positiva”, segundo ele.
Prognóstico
Marqueteiro associado a um dos maiores institutos de pesquisa no país comentou ontem estar notando uma tendência de queda de Lula nas preferências para presidente. Por outro lado, Bolsonaro segue crescendo, agora também no povão.
Perspectiva
Zeze Perrella está se animando a disputar a reeleição ao Senado. Foi essa a impressão que ele deu a um interlocutor recente. Pela conversa, o senador vê contexto favorável a sua campanha e crê em suas chances nas urnas.
E confiança
Antes da eleição ao Senado, Perrella tem outro pleito a vencer no Cruzeiro, base do seu poder político. Para fazer planos em 2018, deve estar confiante na vitória do seu candidato a presidente do clube celeste, Sérgio Rodrigues.