Imbróglio
Prometida ao PCdoB, a Secretaria de Esporte é palco de discórdia. Pimentel não quer “nem pintado a ouro” o deputado-radialista Mário Caixa, afilhado de Jô Moraes e do prefeito Carlin Moura: teme que o indicado possa gerar problemas por ser atleticano “doente”. Já o preferido do governador eleito, Zito Vieira, não tem apoio dos caciques do partido.
Sobressalente
Na briga entre os comunistas, a secretaria pode acabar sobrando para o deputado estadual Tadeu Leite, do PMDB.
Isca no anzol
Em meio ao imbróglio no Esporte, o prefeito Carlin Moura está atraindo o PT para a sua base em Contagem. O convite foi feito ontem pelo secretário local de Governo, Rodrigo Cupim, ao dirigente petista e vereador José de Souza. PCdoB e PT já são aliados nos âmbitos nacional e estadual.
Pesca futura
O acordo contagense tem repercussões importantes na próxima eleição. Se o PT fechar com o PCdoB, deverá abrir mão de lançar a candidatura da ex-prefeita Marília Campos para apoiar a reeleição de Carlin em 2016.
Quem dá conta
Novo astro do PT e citado para vários cargos em Brasília, o governador Jacques Wagner pode ser escalado para roer um osso duro na Esplanada: o Ministério das Comunicações, responsável por tocar uma das agendas mais difíceis do novo governo Dilma, que é a regulamentação da mídia.
Já tem dono
Wagner queria o Ministério do Desenvolvimento. Teve o pleito negado em virtude de compromissos assumidos pela presidente e seu antecessor Lula com Josué Gomes da Silva e com lideranças empresariais mineiras. Pelo visto, o filho de José Alencar já pode preparar o terno de posse.
O predileto
Cresceram as chances de nomeação de Angelo Oswaldo para o Ministério da Cultura. Ele virou o preferido de Dilma, que não quer a volta de Juca Ferreira, o indicado do PT. O ex-prefeito mineiro tem tudo para emplacar, se não sofrer novo veto do PMDB, que já o impediu de assumir o Turismo.
Bem amado
Nos meios culturais de BH a aposta para comandar a secretaria da área no governo Pimentel é o deputado Nilmário Miranda, do PT. O nome do ex-ministro vem agradando a gregos e troianos no setor.
A pirâmide
Olavo Machado, presidente da Fiemg, repete os números sempre que pode: das 130 mil indústrias registradas na Junta Comercial de Minas, 67 mil já não operam. Na metade ainda ativa, só 1.800 tem mais de cem funcionários. E apenas dez empregam mais de 3.000, podendo ser chamadas de grandes.
Base frágil
A base da pirâmide industrial mineira é formada por 3.680 empresas com mais de 30 empregados. Essas pequenas indústrias são responsáveis por nada menos que 95% do recolhimento de impostos e 72% dos empregos.
Obsoleta
A frágil pirâmide é uma realidade nacional, repetindo-se com variações em todo o país. E ajuda a explicar as dificuldades do setor para competir com os importados e sair de uma crise que é assim descrita por Olavo: “Nossa indústria ficou obsoleta. Produzimos de tudo, só que pior e mais caro”.
Fio da meada
O caso dos precatórios na gestão Pitta/Maluf em São Paulo foi o ponto de partida das investigações que levaram à descoberta do esquema de evasão de divisas no Banestado operado por Alberto Youssef, cujas transações para empreiteiros e políticos conduziram a PF à Petrobras e desaguaram no escândalo atual. Como o mensalão, o petrolão tem origem nos anos 90, sob o governo FHC. O PT encontrou a engrenagem pronta e, em vez de desmontá-la, preferiu ampliá-la para ter acesso a recursos ilimitados de financiamento em seu projeto de permanência por décadas no poder.