Os inelegíveis
Se estiver certa a nova pesquisa presidencial Vox Populi, feita para a CUT entre os dias 27 e 30 de outubro, Bolsonaro, Alckmin e Doria já podem desistir da disputa. Com a rejeição que o instituto lhes dá (60% para o deputado e 72% para os dois tucanos), a eleição deles no segundo turno se torna aritmeticamente impossível; já começam a campanha vencidos por antecipação.
Força contra
A mesma pesquisa que apurou rejeição de 60% para Bolsonaro deu a ele 16% de intenções de voto. São 3,7 antibolsonaristas para cada apoiador do candidato. É gente demais contra. Assim ele não consegue nem ser ouvido pela maioria. Do ponto de vista do marketing, a campanha Bolsonaro é um desafio imensurável: para se viabilizar, ser ‘elegível’, ele tem que derrubar a rejeição e reconstruir a imagem. Haja tempo e dinheiro para tanto.
É a tendência
Os números do Vox divergem do último Datafolha, que apurou rejeição bem menor para Bolsonaro e Alckmin em setembro: 33% e 31%. Mas estão em linha com a tendência captada por vários institutos; de fato, a rejeição aos tucanos e ao deputado militar vem crescendo há meses. Já em abril, o Ibope registrou uma maré contrária a Bolsonaro, cuja rejeição subira então 8 pontos, e o desgaste dos candidatos tucanos, que passaram a ser os mais rejeitados. O argumento de que eles seriam alvos do repúdio geral aos políticos não tem sustentação nas pesquisas: em todos os levantamentos nos últimos meses, a taxa de Lula vem caindo.
Huck ou Huck
A essa altura, menos de um ano da eleição, construir uma nova candidatura pode ser mais eficiente do que consertar as existentes. Daí o interesse crescente por Luciano Huck. O novo presidenciável está para se lançar em dezembro, pelo PPS. Deve encontrar políticos e empresários de braços abertos. Se Bolsonaro e os tucanos já estiverem queimados, como indicam pesquisas, Huck passa a ser a última esperança do campo conservador.
Voando alto
O presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Henrique Braga, está animado a disputar o Senado pelo PSDB. No sétimo mandato de vereador da capital e com grande penetração nos meios evangélicos, ele vê espaço no partido para ocupar uma das duas vagas. E no eleitorado, o terreno aberto para quem queira arriscar.
Ocupando área
No PSB, quem saiu à frente como pré-candidato ao Senado é o ex-prefeito Rui Muniz, de Montes Claros. Ele tem apregoado o seu projeto no partido. Ainda não se sabe o que o virtual candidato a governador, Marcio Lacerda, está achando do pretendente a companheiro de chapa.
Simone Maia e Marcelo Soares.
A ‘doutrina Aécio’
A decisão da Alerj de livrar três deputados presos com base no caso Aécio vai parar fatalmente no STF. Cedo ou tarde o Supremo vai ter que definir o alcance da jurisprudência criada pela própria corte ao transferir para o Senado a decisão sobre medidas cautelares contra o senador tucano. Afinal, quais são as regras da ‘doutrina Aécio’; qual a extensão da blindagem?
O vice ideal
O pré-candidato a governador do PP, Dinis Pinheiro, disse a interlocutores que o vice dos seus sonhos é o empresário Pedro Lourenço de Oliveira, também conhecido como Pedro BH por ser dono da rede Supermercados BH. Dinis avalia que o supermercadista agregaria novidade, valores de empreendedorismo e um viés não-político à sua chapa.
Sim, não, talvez
O vice ideal de Dinis não decidiu nada. Sua disposição para entrar na chapa tem variado muito. Há fases em que ele parece querer, em outras se mostra arredio. É uma resolução difícil para quem nunca disputou cargo eletivo, com implicações importantes na vida pessoal e empresarial.