Pimentel em alta
A confiança no futuro nunca esteve tão elevada no 1º escalão de Pimentel. E o motivo disso, afora certo alívio nas contas do Estado, é a melhora da popularidade do governo, que cresce principalmente no interior. A Secom não divulga as suas pesquisas, mas o líder governista na ALMG, Durval Ângelo, que tem acesso aos dados, comentou que “a aprovação de Pimentel já chega a 75% em algumas cidades”.
Nós e os outros
O otimismo é moderado, sem nenhuma euforia. É que o governo Pimentel, segundo as próprias avaliações, está sendo favorecido no momento por um fator alheio: a crise das finanças do Rio de Janeiro e o colapso da segurança no Espírito Santo. Ou seja, a comparação com vizinhos em pior situação levou o mineiro a formar uma visão mais positiva da gestão Pimentel. “Infelizmente, a melhora na avaliação se dá mais pelos defeitos dos outros do que por nossos méritos”, reconhece Durval.
“Podia ser pior”
O governador, de olho nas pesquisas, já incorporou a comparação com ES e RJ ao discurso. No domingo, em Conceição do Mato Dentro, ele apontou o “caos dos vizinhos” para realçar a “ordem” em Minas, onde “todos os serviços públicos” estão funcionando. “É claro que podia ser melhor. Mas também podia ser pior”, filosofou, valorizando a diferença de situação dos mineiros em relação aos fluminenses e capixabas.
Viva Conceição
Poucos eventos, mesmo na capital, reúnem tantas autoridades. Além dos homenageados, Pimentel e Herbert Carneiro (presidente do TJ e filho da cidade), compareceram Adalclever Lopes (ALMG), Domingos Coelho (TRE), Sérgio Tonet (MP), secretários de Estado, incontáveis prefeitos e dirigentes públicos. Houve até tumulto de tanta gente. O evento confirmou a importância de Conceição, cidade-síntese de Minas, no centro geográfico e com todos os elementos característicos do Estado (montanhas, cachoeiras, mineração, casario colonial), além de terra de Zé Aparecido de Oliveira.
Filho de peixe
Na articulação do superevento, o filho de Zé Aparecido, Zé Fernando de Oliveira. Prefeito da cidade pela terceira vez, ele mobilizou pessoalmente o público numeroso e poderoso, mostrando ser herdeiro não só do nome e do patrimônio político como também de muitas habilidades do pai, uma figura das mais emblemáticas da diplomacia e da política mineira.
Números de Penido
Também em Conceição, o prefeito Vitor Penido estimou em cerca de R$ 2 milhões/mês o ganho em receitas de Nova Lima com a alta do minério de ferro. “Ajuda, mas não resolve”, disse ele, confirmando dados publicados na coluna – e contestados por alguns leitores locais. Segundo Penido, os gastos da prefeitura com pessoal chegam hoje a “R$ 28 milhões/mês”. E para viabilizar a gestão será preciso “baixar a conta para R$ 22 milhões”.
Pose especial para a coluna em Conceição do Mato Dentro: Adalclever Lopes, Herbert Carneiro, Fernando Pimentel e Zé Fernando de Oliveira.
Toda pressão
Com a recusa de Carlos Velloso em assumir o Ministério da Justiça, o vice-presidente da Câmara Federal, Fábio Ramalho, voltou à carga no Planalto para tentar emplacar outro mineiro na pasta: o deputado Rodrigo Pacheco, nome indicado consensualmente pela bancada federal de Minas.
Vácuo mineiro
O argumento político em favor de Pacheco, fora os seus atributos pessoais, é a ausência de mineiro no ministério, algo que não se via desde o Império. Mas, a estratégia do Planalto está sendo a de tentar compensar Minas com espaço no segundo escalão: na última sexta-feira, o ex-deputado Gustavo Perrella foi nomeado secretário Nacional de Futebol na pasta dos Esportes.
Dois ou nenhum
Há gente dizendo que Temer evita nomear deputado mineiro no ministério por causa de Newton Cardoso, cujo maior sonho é ver o filho parlamentar Newton Jr. como ministro. Nessa análise, se nomear Pacheco, Temer teria dificuldades em driblar as pressões do ex-governador para arrumar uma segunda pasta e acomodar também o seu herdeiro na Esplanada.