Tese ou blefe
Se depender do PMDB de Minas, a tese de rompimento do partido com o governo Dilma não passará de mero blefe de caciques peemedebistas em seus joguinhos de pressão sobre o Planalto. Segundo maior no país, com 44 delegados, o diretório mineiro tem peso nas decisões nacionais. E talvez não cheguem a 20% os delegados no Estado dispostos a romper com o PT.
Minoria
Até entre os deputados federais, que são os mais críticos ao governo e à presidente, a tese do rompimento parece minoritária. Na bancada de seis parlamentares, já se ouviram manifestações favoráveis ao rompimento de apenas dois: Newton Cardoso Jr e Leonardo Quintão.
Quem manda
É improvável que o PMDB mineiro se volte contra o Planalto mesmo se Michel Temer apoiar o rompimento junto com Cunha e outros dirigentes do partido. Em Minas, os peemedebistas seguem o vice-governador Antônio Andrade e o presidente da ALMG, Adalclever Lopes. E não passa pela cabeça desses dois qualquer atitude que possa estremecer as excelentes relações com o governo do petista Fernando Pimentel.
I love you
Passados quase oito meses da posse de Pimentel e Andrade, PT e PMDB continuam convivendo muito bem, no Executivo e no Legislativo. A lua de mel entre eles ainda não dá sinais de esfriar.
Lugar certo
Na estratégica secretaria geral nacional do PMDB, segundo posto na direção do partido, o deputado Mauro Lopes pode dificultar ou ajudar eventuais iniciativas de convocação de Congresso para votação do rompimento. Mauro Lopes é pai do governista Adalclever.
Número 8
Um leitor fez as contas e mandou para a coluna: os 72 mil manifestantes nos atos pró-governo da última quinta-feira em todo o país correspondem a 8% dos cerca de 900 mil que foram aos protestos antigoverno no domingo anterior, 16. O índice é exatamente o mesmo da avaliação positiva (bom-ótimo) do governo Dilma no mais recente Datafolha.
Iluminado
O ex-governador César Maia foi um dos mais privilegiados consultores escolhidos por fornecedores da Light nos últimos anos. Economista, estudioso de pesquisas e político sempre muito influente, Maia deu suporte com sua iluminada formação aos que buscavam segurança na sua atuação naquela empresa estatal.
Hora de decisão
Marcio Lacerda deve se encontrar “por esses dias” com Aécio Neves para tratar de sua sucessão na Prefeitura de BH. Vai ser um papo importante, para tomada de algumas definições.
Campo arado
O encontro foi preparado na última sexta-feira, quando o porta-voz de Aécio, deputado Marcus Pestana, esteve com o prefeito na capital mineira.
Para onde vai
A decisão que urge ser tomada é a filiação do pré-candidato de Lacerda, Josué Valadão. O caminho natural de Valadão seria o PSB, sigla presidida pelo prefeito. Mas, também há a alternativa de filiá-lo ao PSDB e torná-lo um candidato tucano, se Aécio concordar.
Todos ou nenhum
Se prosperar o movimento na Câmara Federal para afastar Cunha do cargo, opositores do governo vão pedir que também seja afastado o novo melhor amigo do Planalto, Renan Calheiros, outro implicado na Lava Jato.