A coisa desandou de vez no Galo depois do empate com o Botafogo, quando o time poderia ter feito quatro, cinco. Não fez e ainda tomou um gol no finzinho do jogo, perdendo pontos que podem fazer muita falta para um time que insiste em não engrenar e em não confirmar todo o favoritismo a ele atribuído no começo da temporada.
As declarações de Marcos Rocha, que alguns companheiros tentaram amenizar, dão conta que certos atletas já não se preocupam mais em lavar a roupa suja em casa.
Disse com todas as letras que Cazares foi fominha em um lance em que preferiu tentar cavar um pênalti a passar a bola para Fred, que, livre, quase certamente faria o gol, pois a fase dele também é muito anormal para seu nível.
Durante a semana, Gabriel afirmou literalmente que a declaração de Rocha foi “infeliz”, mas isso não atrapalharia em nada o ambiente entre os colegas de profissão.
Eis que, no duelo seguinte, contra o Santos, em casa, com o time precisando se recuperar do vexame no Rio de Janeiro, nova decepção, com mais uma derrota no Horto neste Brasileiro, a terceira em sete partidas. É muita coisa.
Fred, um dos melhores atacantes do futebol brasileiro nos últimos anos, está pisando na bola, e olha que eu já o defendi várias vezes neste espaço, principalmente por nunca fugir de perguntas, por atender a todos os veículos de comunicação com a mesma atenção e por não se esquivar das responsabilidades que um jogador como ele tem. Mas isso não basta.
Me dá a impressão, como já disse na rádio Super Notícia FM, que ele está meio de saco cheio desse ambiente de cobrança extrema que o futebol profissional em grandes clubes impõe aos atletas atualmente. O cara já ganhou quase tudo, está mais do que milionário e já tem uma idade que pode o estar fazendo, mesmo que inconscientemente, não aguentar essa rotina estafante de atleta.
Falo isso não pelo pênalti perdido contra o Santos, o que pode acontecer com qualquer um, mas pelo nervosismo que tem demonstrado, reclamando muito das arbitragens e agredindo adversários, como fez ainda no Fluminense, na Primeira Liga do ano passado, e em um dos clássicos contra o Cruzeiro, no Mineiro.
Robinho, embora calmo, me dá a mesma impressão. Que motivação ele teria? Mais milionário ainda do que Fred, não está vendo a cor da bola.
Mas, o maior refugo até agora é Elias, um exímio futebolista, mas que ainda não jogou no Galo nem 20% do que pode.
Em um time com Fred, Robinho e Elias, os três jogando muito abaixo do que um dia jogaram, fica difícil cobrar só do técnico, que vai cair assim que o Galo sair da Libertadores. Isso não significa que vá sair. Mata-mata é mata-mata!
O que acho irritante no Roger Machado é que ele fala as mesmas coisas, com a mesma cara e o mesmo tom de voz quando o time vence muito bem ou perde muito mal. Frases feitas do mundo do futebol e que não explicam nada, de alguém que não sabe ou tem medo de falar demais ao se expressar, em que pese ter um português acima da média no universo boleiro, talvez traço de sua origem gaúcha.
Já o Cruzeiro, melhorou, mas ainda é cedo para tirar onda.
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