Nunca pensei em Paco como filho. Quando o adotei, o via como um amigo, que iria morar na minha casa e dividir comigo alegrias e tristezas. Um amigo que jamais me decepcionaria, me ofenderia, me trairia, como fazem, quando menos se espera, os de carne e osso. E assim tem sido, embora eu confesse que muitas vezes, pela natureza da relação (eu coloco comida e água, levo ao veterinário, dou banho, cuido quando está doente), Paco vire meu filho. Assim, como ele deve achar que é meu pai, quando me protege. Mas não é assim que acontece numa relação de amizade?
A questão é que cada vez que paro para observar, percebo que nossa relação é perfeita. Quando se compra um cãozinho, até é possível escolher mais ou menos a personalidade que ele terá (há raças que quase não latem, outras mais atléticas e os que são brincalhões). E as pessoas costumam mesmo fazer pesquisas sobre isso antes de “adquirir” um e muitas vezes dão com os burros n’água porque nada pode ser assim tão previsível. Mas quando se adota, é uma loteria total. Não se pode prever como ele será. Se será calmo, espevitado, comilão, irritado, carinhoso ou obediente. Um cão adotado já vem com uma história pregressa que vai determinar seu comportamento. E, como os seres humanos, alguns vão carregar o peso dos seus fantasmas, enquanto outros vão dar a volta por cima e aproveitar cada minuto da nova vida. E, na hora da adoção, tentar decifrá-los apenas olhando na carinha deles, sempre tão encantadoras, é perda de tempo.
O melhor é se surpreender! Como Paco me surpreendeu, sendo tudo o que eu sempre desejei num cachorro, mesmo que não tivesse consciência disso. Carinhoso, dengoso, tranquilo, companheiro, ele é meu amigo de fé e meu irmão camarada. Minha mãe e a amiga Dri acham que não é coincidência. Estávamos destinados um para o outro, elas dizem, para que nosso encontro fosse um aprendizado mútuo. Gosto dessa teoria.
Gosto de pensar que Alfredo e Bob não estão com Jana e Hernan por acaso; que Georginha foi feita sob medida para Ângela e vice-versa; que Sofia e Flor saíram da rua para preencher a vida de Ana; que Pituca e Lúcia não seriam tão felizes se os caminhos delas não tivessem se cruzado...
Bom mesmo é escrever tudo isso, enquanto passo o meu pé nos pelos macios do meu anjo de patas.
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