Depois de disputar dois campeonatos pelo Renascença, de Belo Horizonte, em 1962/63, Wilson Piazza foi contratado pelo Cruzeiro. Ele tinha pela frente a concorrência de Ilton Chaves, mas uma contusão do colega garantiu a ele a grande oportunidade. Piazza soube aproveitar, ou seja, o cavalo passou arriado, e ele subiu. Para não ter Wilson Primeiro e Wilson Segundo no time, o treinador Mário Celso de Abreu optou por Wilson Piazza e pelo atacante Wilson Almeida. Na época, o elenco tinha três Dirceus: Dirceu Trapatoni, Dirceu Lopes e Dirceu Pantera.
O tripé do meio campo fazia com que Wilson Piazza perdesse até 3 kg por partida, já que tinha que correr e marcar, pois seus parceiros de setor não faziam essa função. Piazza conta um pouco de seus tempos de seleção e lembra que ficou com receio de não ser mais convocado, principalmente devido à pressão da imprensa carioca.
João Saldanha aproveitou em 1970 jogadores que não estiveram bem na Copa anterior e nas Eliminatórias. O meio campo era formado por Wilson Piazza, Gerson e Dirceu Lopes, e o técnico dizia que Rivelino, Edu e Dirceu ajudaram a reformular o futebol brasileiro. “Joguei uma única vez como quarto-zagueiro no Cruzeiro. Foi num clássico com o Atlético, 3 a 3, quando o Procópio foi expulso, e o Tostão machucou. O Zé Carlos entrou no lugar dele. Eu não sabia dar carrinho, não tinha impulsão, com 1,76 de altura.” Mas Piazza foi campeão do mundo em 1970 como destaque da seleção e jogando improvisado.
Fominha
O craque do Cruzeiro não gostava de ser sacado do time durante os jogos. Por isso, Piazza era chamado de fominha. Em uma partida contra o Vasco, no Maracanã, o técnico Ilton Chaves pediu para Toninho Almeida entrar, mas Piazza falava que não ia sair. O treinador insistia “Entra, Toninho”, mas o dirigente Carmine Furletti dizia “fica, Piazza”. Então Piazza não saiu do jogo. “Fui a um macumbeiro numa sexta-feira; foi o ex-zagueiro Vavá quem me levou, lá no bairro Nacional. Tomei passe, descarrego, já que na quarta-feira levei um tostão na coxa direita. Mas não surtiu efeito, porque fiquei fora do jogo. Fui para a concentração, e o médico Joaquim Daniel, que era ginecologista, vetou a minha presença na partida”, conta. Piazza lembra também de seus ex-treinadores. “Trabalhei com vários treinadores, como Zezé Moreira, Orlando Fantoni, mas de quem eu mais gostei foi do Ayrton Moreira, que era superintendente da sede campestre, promovido a treinador. Isso porque ele respeitava os jogadores. Já com o Iustrich nós trabalhamos duas vezes. Era quem mais treinava fundamentos, mas lhe faltava equilíbrio, pois exagerava na física, e na hora do coletivo a maioria não suportava”.
Piazza sempre foi de diálogo e uma vez tentou interferir na demissão do técnico Iustrich. “Tentei contornar a primeira demissão, quando o diretor Carmine Furletti autorizou Roberto Batata a doar camisa para uma instituição de caridade, mas Iustrich não gostou de ver o Batata entrando no vestiário sem camisa. Furletti disse que ele doava quantas camisas quisesse, e o técnico acabou sendo demitido.”
Já em 1977, quando Piazza tinha 34 anos, Iustrich o sacou do time, e foi a gota d’água. “No jogo contra o Esab, ele me sacou no intervalo, e foi a minha última partida com a camisa do Cruzeiro”, conta o ídolo cruzeirense.
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