Hoje é dia do maior clássico nacional da Europa, o máximo dos máximos, entre Real Madrid e Barcelona. Para os jovens, é difícil imaginar que já houve, no Brasil, um clássico tão bom ou melhor, entre Santos e Botafogo, com Pelé de um lado e Garrincha de outro.
Paulo Andrade e Paulo Calçade, da ESPN Brasil, mostraram, pela TV, uma foto com Di Stéfano, feita nesses dias, em um restaurante em Madri.
O encontro foi por acaso. Di Stéfano estava em uma cadeira de rodas. Ele, argentino, é presidente de honra do Real Madrid. Meu pai me dizia que Pelé era o melhor de todos, mas que Di Stéfano era o único jogador espetacular de uma área à outra. Pelé atuava do meio para frente.
Quando jogava no Cruzeiro, influenciado por meu pai, tentei jogar de uma área à outra. Quando chegava à intermediária do outro time, estava morto. Desisti. Contentei-me em ser Tostão. Hoje, há um grande número de jogadores talentosos no mundo, que atuam de uma área à outra. O futebol mudou.
Na Copa de 1994, lanchava, sozinho, no centro de imprensa de Dallas, nos Estados Unidos, quando se aproximou um senhor mais velho, pediu licença para sentar-se ao meu lado, disse que tinha me visto jogar e se apresentou: “Di Stéfano”. Era ele. Quase caí da cadeira. Conversamos sobre futebol.
Hoje, a maior diferença entre Real Madrid e Barcelona, a favor do Real, está no elenco. Para manter a fama de que forma craques, o Barcelona insiste com alguns jovens, reservas, que não têm condições de atuar na equipe principal.
São dois estilos diferentes. O Barcelona prioriza a troca de passes e a posse de bola, enquanto o Real Madrid joga com mais velocidade, além de ser excepcional nas jogadas aéreas. Cristiano Ronaldo vai explorar os espaços nas costas do brasileiro Daniel Alves. O croata Modric e o espanhol Xabi Alonso terão mais dificuldades pelo meio para marcar a troca de passes e a movimentação do argentino Messi. E ainda terão de se preocupar com o brasileiro Neymar.
Grande capitão
Conheci Bellini na Copa de 1966. Ele estava no fim de carreira, sem boas condições de jogar o Mundial. Bellini foi um ótimo zagueiro. Mais que isso, foi um desses jogadores que se destacam mais pelas qualidades humanas, pela tranquilidade, pela postura, pelo equilíbrio e pela educação do que pelas virtudes técnicas. Mereceu se tornar uma estátua, mas não a do Maracanã, que não representa seu corpo nem sua alma.
Decepções
O Atlético continua desorganizado. Contra o Nacional, não conseguiu trocar passes da defesa para o ataque nem jogou no estilo anterior, com lançamentos longos e muitas jogadas aéreas. Josué e Pierre jogam sobrecarregados na marcação. São quatro jogadores na frente e apenas dois no meio-campo.