O dinheiro é na verdade uma energia e, como tal, não foi ainda compreendido pelo ser humano. É por ele em geral utilizado como meio de adquirir o que deseja, de submeter outros à sua vontade ou de fazê-los trabalhar para si. Indivíduos de evolução mediana costumam usá-lo para satisfazer os que lhes estão próximos, ou seja, é instrumento de amor ou tendências pessoais, às vezes enganosas. Quase sempre o egoísmo é o motivo propulsor na utilização do dinheiro, embora neste caso esteja mesclado com afeição. Raramente o dinheiro é empregado em prol do bem universal, pois o desejo e a tendência de um indivíduo são, via de regra, postos à frente de prioridades maiores.
Em vez de cumprir a tarefa que lhe estava destinada, a de materializar o necessário à vida, o dinheiro tornou-se meio para o acúmulo de créditos, de bens e de prestígio – que não são riquezas genuínas, pois o valor que lhes é atribuído, em geral, decorre de conceitos mentais desprovidos de consistência real.
Um impasse insolúvel pela mente racional foi criado, impasse que apenas a luz intuitiva pode revelar ao homem como resolver. Surgiu do confronto entre as forças retrógradas e as da evolução. As forças retrógradas criam atrações ilusórias a fim de manter a humanidade submissa ao poder do dinheiro e das correntes involutivas do universo. Para tanto, valem-se da separatividade, da posse e da disputa, cultivadas pelo homem.
Ao dinheiro foi dado um valor intrínseco, quando, na verdade, não deveria ser mais do que um símbolo de um bem material, instrumento para favorecer permutas e prover a base externa para o desenvolvimento da consciência. O dinheiro, como qualquer outra energia, é neutro e impessoal. Dependendo de seu uso, pode converter-se em impulso de crescimento e evolução, ou de degeneração e retrocesso. Porém, desde seus primórdios, a circulação do dinheiro no planeta mantém-se sob o controle de forças obscuras, que nesta época atuam na humanidade sobretudo no plano mental. Exarcerbam-lhe o instinto sexual, a ambição e o egoísmo: facetas de uma tendência retrógrada que o homem precisa vencer. A sublimação de uma dessas facetas reflete-se nas demais e auxilia a elevação do ser.
A catástrofe mundial hoje iminente é, em grande parte, fruto dessa tendência, do descontrole no uso de energias básicas. Os recursos que a Terra oferece vêm sendo dizimados em nome do supérfluo, sob o estímulo da propaganda sustentada por potências econômicas. Sri Aurobindo (Índia, 1872-1950) advertiu que três grandes problemas mundiais são insolúveis se não forem considerados segundo parâmetros superiores de vida: o dinheiro, o governo e a saúde. Assistimos a uma decrepitude de valores éticos e sociais, ao lado de um considerável avanço científico; enquanto uma pequena parcela da humanidade tem acesso a recursos que há poucos anos faziam parte de histórias de ficção, outra parcela é dizimada pela fome, pelas epidemias, pelas guerras...
Segundo a lei espiritual, se o homem se esquece de si e usa os próprios bens para suprir os necessitados, ele descobre a vida mais abundante. Mas enquanto, nos indivíduos, a mente for imperfeita, haverá pobreza material, desordem e inquietação. Segundo algumas previsões, durante a grande crise iminente, o dinheiro perderá a tal ponto o seu valor, que o homem adotará o sistema de trocas ainda antes do término desta civilização.
Para conhecer as obras do autor, acesse o site www.irdin.org.br e o site www.comunidadefigueira.org.br
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Dinheiro: um impulso para a evolução ou para o retrocesso?
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