Muitos são os que arriscam previsões eleitorais para 2018, mas creio que nenhuma delas tem lastro de confiabilidade. A Lava Jato ainda tem um ano para funcionar e redesenhar o quadro nacional.
Agora, no centro das atenções está a definição interna do PSDB, que será uma longa e pouco atraente novela, provavelmente jogada mais debaixo que por cima do pano.
Aécio, Alckmin ou Serra? Os três têm razões e potencial, os três já disputaram e perderam a Presidência. A ambição deles parece maior que a capacidade de conciliar-se. Por sua vez, FHC perdeu com os anos o peso que tinha. Ganhar a disputa no recinto tucano não significa poder contar integralmente com o apoio dos vencidos, como Aécio teve, excepcionalmente, em 2014. Provavelmente, não o terá mais.
No passado, aos candidatos de São Paulo faltaram os votos em Minas que sobraram para Lula e Dilma, e a Aécio e Anastasia para governador. Mesmo quando o candidato escolhido foi Aécio, este arrancou o apoio de São Paulo, mas inesperadamente saiu machucado de Minas.
Alckmin tem fortes motivos, neste momento, para ser o escolhido, principalmente pela força eleitoral esbanjada em outubro com o estreante João Doria no primeiro turno e com a onda ‘alquimista’ que o consagrou como o maior vencedor do país.
Aécio, mais uma vez, num momento crucial e, ainda, em sua terra, sofreu o malogro com o experiente João Leite, vencido pelo estreante nanico Alexandre Kalil.
O resultado em BH repetiu a infelicidade de 2014, quando Aécio perdeu em Minas por 550 mil votos contra Dilma Rousseff, contrariando as previsões de uma vitória de até 3 milhões de votos, no Estado que governou por oito anos e que o escolheu como senador.
Também Pimenta da Veiga caiu contra o PT, partido que não conhecia vitórias no Estado, por mais de 1 milhão de votos, atrás de Fernando Pimentel, que liquidou a fatura no primeiro turno.
De lá pra cá, Aécio se distanciou de Minas, acionando de longe seus generais na frente de batalha.
O PSDB aumentou o controle de municípios em Minas. No entanto, eles são de relativa importância. Faltou o principal: aquele tido como o mais expressivo reduto tucano, Belo Horizonte, cidade que deu a Aécio ampla margem em 2014. BH, que representa R$ 9 bilhões de Orçamento e acolhe o que de mais relevante tem no Estado, não perdeu e ainda deixou os destroços de alianças que se perderam.
Alckmin vem aí com tudo. A pretexto de um evento de marginal importância, anunciou sua primeira visita a BH para amanhã, segunda-feira. O que se entende desse gesto é a procura não só de visibilidade, como de alianças no Estado, aproveitando-se do desgaste provocado pela “dura e baixa” campanha que marcou BH.
Sabem todos os candidatos a presidente que Minas Gerais é o cerne da questão, tanto por sua centralidade como por sua tradição. Quem ganha aqui sai para receber a faixa no Planalto.
Por outro lado, Aécio tem, a favor, a presença e o trânsito privilegiado no Congresso com sua incrível e comprovada capacidade de aglutinação política.
Porém, o Brasil de 2018 certamente não será o Brasil de agora.
As delações premiadas de duas empreiteiras, onipresentes e ex-financiadoras de todas as campanhas, Odebrecht e Andrade Gutierrez, ainda não caíram no mundo político. Com previsão de serem um meteorito que encerra uma era jurássica, imprevisíveis são as consequências daquele que é o maior caso de corrupção sistêmica do planeta. Atingirá sem dúvida dezenas de senadores, ministros e governadores, mais centenas de parlamentares e figuras de proa. Resta saber quem sobreviverá e terá condições de disputar cargos em 2018.
Agora, mais que previsões, o que vale é adivinhar os sobreviventes da Lava Jato de Sergio Moro – figura que concentra um poder determinante, mais que o Congresso Nacional inteiro e todos os partidos juntos.
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