No último fim de semana, o resultado da Copa Cerveja Brasil foi divulgado em Vitória (ES), durante a ExpoBrew. Foram três dias de avaliações que envolveram mais de 40 jurados de todo o país. Segundo a Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva), organizadora do concurso, 65 marcas foram reconhecidas, e 99 medalhas, distribuídas para 70 diferentes estilos.
A cervejaria Mantrap, de Belo Horizonte, repetiu o feito de 2018 e foi premiada como a melhor cervejaria cigana do ano. “O concurso promovido pela Abracerva é sui generis, pois não conta com a participação de grandes grupos econômicos, promovendo a ‘competição’ apenas entre as cervejarias independentes brasileiras que são suas associadas, entre as quais estão várias microcervejarias, brewpubs e outras várias cervejarias ciganas. E se destacar nesse cenário é algo muito difícil”, comemora o dono da marca, Fernando Cherem.
Segundo ele, a premiação por si só não muda questões de mercado, mas renova o ânimo e aponta que o trabalho está no caminho certo. “A premiação nos traz visibilidade e pode tornar a captação de recursos possível”, explica.
No concurso, as participantes foram divididas em três categorias: cervejaria (com produção predominantemente vendida fora do estabelecimento), cervejaria cigana (aquela cuja produção é de fabricação exclusiva em unidade fabril terceirizada) e brewpub (com venda exclusiva no próprio estabelecimento).
Ranking
O concurso avaliou mais de 700 amostras, de mais de 170 cervejarias. Dos 20 estados participantes, 14 levaram premiações. Minas Gerais foi o quarto Estado com maior número de medalhas.
A Confrades, de Belo Horizonte, também teve duas premiações. “A Strong Bitter foi a primeira cerveja que a gente fabricou, que foi comercializada. Está sendo criada uma tradição nesse concurso. Todos os juízes são certificados, então significa muito, é o reconhecimento de um trabalho que a gente luta muito pra fazer”, conta Geraldo Lima Junior, proprietário da cervejaria.
Ainda da capital, a Albanos recebeu a prata pela sua American Brown Ale. “Nós nos empenhamos em produzir cervejas que representem bem cada estilo, sendo o mais fiel possível. O reconhecimento deste esforço é muito gratificante e atesta, cada vez mais, o compromisso de produzirmos cervejas de qualidade”, comenta Felipe Tavares, diretor executivo da Plataforma Albanos.
Marcas do interior no páreo
Além de Belo Horizonte, cervejarias do interior de Minas também foram consagradas na Copa Cerveja Brasil. A Loba, de Santana dos Montes, ganhou duas medalhas: ouro (Old Ale) e bronze (Wheatwine). “Para nós é muito gratificante saber que a qualidade técnica de nossas cervejas foi atestada por juízes capacitados, principalmente se tratando de estilos tão complexos e que demandam controle e prospecções técnicas para atingir complexidade após maturação prolongada”, frisa o mestre cervejeiro Kelvin Azevedo.
De Ipatinga, no Vale do Aço, a Brüder comemora, mais do que a medalha de bronze que recebeu pela sua Red Lager, a oportunidade de melhorar a qualidade. “É um concurso de altíssimo nível, com jurados de padrão internacional. A expectativa maior é com as fichas de avaliação, que sempre trazem parâmetros importantes e muitas observações que contribuem para nosso desenvolvimento”, explica o proprietário Rafael Patrício.
Na região de Juiz de fora, na Zona da Mata, que se apresenta como um forte polo cervejeiro atualmente, a Antuérpia, mais uma vez, se destacou com a Névoa Galaxy (bronze), cerveja leve com aroma que remete ao pêssego e que utiliza a técnica dry hopping.
E em Congonhal, no Sul de Minas, a premiada foi a Doktor Bräu, com a Adrenaline (prata). “Receber uma premiação de categoria nacional organizada pela Abracerva, uma associação independente, é muito importante para nós, que sempre ganhamos alguma medalha nos concursos dos quais participamos, o que evidencia preocupação com a qualidade”, pontua Nuberto Hopfgartner, sócio da cervejaria.