Arrasta

Ida pra Recife não tira foco de Luciano Correa do seu projeto de judô em BH

Trabalho que atende 300 crianças leva nome do grito que seu pai cansou de dar nos ginásios, como forma de apoiar o campeão mundial de 2007; ex-atleta espera manter trabalho de treinador em Pernambuco

Por Daniel Ottoni
Publicado em 04 de agosto de 2020 | 08:55
 
 
 
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A distância frequente da família fez a saudade apertar até chegar no seu limite. O ex-judoca e campeão mundial, em 2007, Luciano Corrêa, se despediu do Minas Tênis Clube após 20 anos e agora vai poder, enfim, ter todo o tempo que gostaria para a esposa Joanna Maranhão e o filho Caetano, de um ano. 

As várias oportunidades em que esteve longe e sentia falta da dupla pesaram para a decisão, que foi anunciada na última semana. "Foi uma decisão muito difícil, mas tem horas que é algo necessário a se fazer. Estava vendo minha esposa e meu filho muito menos do que gostaria, eram muitas viagens", comenta. 

Luciano mantém, no bairro Cachoeirinha, em Belo Horizonte, o projeto Arrasta, que leva o grito que seu pai (seu Raimundo) sempre dava para incentivá-lo na sua época de lutador. "Já temos um diretoria direcionada por lá, é um trabalho que atende 300 crianças de comunidades carentes e vou seguir me dedicando como presidente. Sempre que tiver disponibilidade, vou à BH", promete.

Nos três últimos anos, após se aposentar como atleta, Luciano assumiu a missão de ser treinador da base e auxiliar da equipe adulta, função que tomou gosto e pretende seguir em Recife, onde vai morar a partir de agora. "Ainda não tenho nada projetado por lá, mas quero continuar treinando, foi algo que gostei demais de fazer. É uma caminhada que vai precisar recomeçar, mas tenho essa perspectiva de seguir como treinador. Fiquei muito feliz de encontrar uma função quando deixei de ser atleta e quero manter esse trabalho de contribuir com os atletas através dos treinos, os ajudando a realizar seus sonhos", garante. 

Segunda casa

O Minas retribuiu a mensagem de despedida, agradecendo Luciano por todos os serviços prestados. "Essa instituição representa muito pra mim, minha formação foi toda lá dentro, como atleta e pessoa. Tenho gratidão eterna pelo Minas, fiz amigos e conheci referências ali dentro, é um lugar que sempre terá meu respeito. O clube foi fundamental na minha caminhada, me ajudou a ser um grande campeão dentro e fora dos tatames", agradece. 

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