Serginho do Vôlei

Mais um ano de vacas magras se inicia

Abril e maio é um verdadeiro salve-se quem puder, um período tenso de renovação e muita expectativa entre atletas e clubes

Por Serginho do Vôlei
Publicado em 08 de maio de 2021 | 03:00
 
 
 
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Entra ano sai ano e nada muda. Na verdade, piorou com a pandemia. Reformulação e adaptação ao modelo de negócio que nunca foi um primor no voleibol. O clube não compra o passe do atleta como no futebol e, em 90% dos times, os contratos vigoram por apenas um ano. Alguns não chegam a pagar um ano. 

Abril e maio é um “salve-se quem puder”. Período tenso de renovação e muita expectativa entre atletas e clubes. Um vai e vem com muita especulação e agravado pelo momento pandêmico. Percebo o número elevado de atletas saindo do país, nem sempre para jogar em um time melhor, muitas vezes por falta de oportunidade. Temos muita mão de obra de qualidade e poucos times para absorver a demanda. 

Mais um ano de vacas magras se inicia! Do lado de cá, a maioria da população está de olhos voltados para as competições internacionais enquanto o mercado nacional agoniza. Liga da Nações e Jogos Olímpicos tomarão a nossa atenção em breve. Os “operários” que trabalham nos times do Brasil teoricamente iniciarão as atividades em junho - teoricamente. Quem tem dinheiro para arcar com um time por um ano nessa situação? Ainda temos notícias de problemas salariais com o campeão da Superliga. O que esperar da grande maioria? Sada Cruzeiro e Minas destoam positivamente nesse ponto. Pagam em dia e andam com os pés no chão.

O Juiz de Fora Vôlei, equipe campeã da Superliga B, tem acesso garantido ao campeonato principal e está se movimentando lentamente, buscando verba para sobreviver. 

Precisamos muito de boas ideias e de pessoas que possam tirar do papel e colocar em prática para que o barco não afunde. Não podemos contar com “engenheiro de obra pronta”, aquele que se posiciona apenas para apontar erros e reclamar. Passou da hora de levantar do sofá e colocar a mão na massa. Atletas contratados, não se enganem que o contrato assinado garantirá eternamente um campeonato nacional organizado. Frase clichê que se encaixa no momento e só depende de quem participa do processo para acontecer: “a união faz a força”!

Por aqui, longe da agitação e do medo que rondam uma renovação, sigo trabalhando pelo voleibol e pelo o esporte em geral. Acredito que o esporte carrega bons valores e educa. Já percebi também que empreender é muito mais difícil do que jogar vôlei. Muita burocracia, muita desconfiança e poucas pessoas com a mente aberta em relação ao propósito que uma escola de voleibol pode agregar para a vida, principalmente, de uma criança. Menos telefone, menos televisão, mais esporte e educação. Suar a camisa, sociabilizar, trabalhar em equipe, saber ganhar e saber perder. Segue o jogo do ex-atleta, colunista, mineiro, empreendedor e fã do esporte.

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