Negrini, 51, bom passe, grande visão de jogo, conduzia bem a bola, era habilidoso e, tecnicamente, um ótimo jogador. Veio para o Atlético depois de jogar em clubes como Pradense, Brasil de Farroupilha, Esportivo-RS, São Luiz-RS e Athletico-PR. O presidente Afonso Paulino foi mais esperto que os dirigentes do Internacional e do Grêmio e conseguiu trazer o meio-campista para Belo Horizonte.
No Galo, o jogador foi peça importante na conquista da primeira Copa Conmebol, em 1992. Negrini se tornou ídolo da torcida alvinegra tendo marcado os dois gols da vitória de 2 a 0 em cima do Olimpia, do Paraguai, no Mineirão, no primeiro jogo decisivo, diante de mais de 70 mil torcedores apoiando o time atleticano. Em Assunção, o Atlético foi derrotado por 1 a 0, mas ficou com o título internacional.
Se Ayrton Senna gostava de pilotar com a pista molhada, Negrini adorava jogar na chuva, como acontecia no Rio Grande do Sul, com ele muitas vezes escolhido o melhor em campo.
Foram 67 jogos e 11 gols com a camisa do Atlético. O meio-campista era ambidestro, fez gols de pé direito, esquerdo e também de cabeça. O Atlético deu a ele o prazer de conhecer o Brasil e vários países. E Negrini conta que sente saudade de jogar, principalmente, clássicos. Ele se lembra também com carinho da Massa.
Negrini gostava das resenhas com Moacir, Paulo Roberto, Sérgio Araújo, Ailton e companhia. Considera Procópio Cardozo e Vantuir Galdino os melhores treinadores com quem trabalhou. Quando saía de campo derrotado, não conseguia olhar nos olhos dos torcedores: “O melhor era ficar dentro de casa”, diz.
Hoje ele ainda é reconhecido pelos torcedores do Atlético, e a maioria se lembra dos gols feitos por ele contra o Olimpia. Negrini acha o povo mineiro hospitaleiro, “assim como o gaúcho”, e por isso se dá bem em Minas Gerais, especialmente em Belo Horizonte.
Uma briga boa com Cazares pela posição
Voltando ao tempo, Negrini começa a pensar como era o futebol brasileiro e, em especial, o time do Atlético em sua época de jogador. Ele faz uma comparação com o time atual do Galo e acha que teria vaga na equipe do técnico interino Rodrigo Santana.
E com quem Negrini disputaria posição neste time do Galo de 2019? O ex-meio-campista tem a resposta na ponta da língua: “Acho que jogaria no atual time do Galo e seria uma briga boa entre eu e o Cazares, que é um grande jogador”, fala Negrini.
Depois do Atlético, Negrini ainda jogou no Bahia e no time de Pelotas-RS. Hoje, ele mora em Belo Horizonte com sua mulher, Marcela, e os filhos Larissa e Henrique e ao lado de Dona Antônia, sua sogra.
O ex-jogador do Atlético trabalha em Vespasiano, na região metropolitana da capital, onde é proprietário de uma distribuidora de bebidas.