Surgido no início da década de 1980 no Rio de Janeiro, o funk brasileiro herdou as batidas frenéticas e letras erotizadas do miami bass, estilo musical que se popularizava paralelamente na Flórida, nos Estados Unidos. Fortemente apropriado pelos grupos das periferias cariocas, ao longos dos últimos 30 anos o gênero musical vem ganhando força, tornando-se cada dia mais ferramenta de questionamentos sociais. Através dessa perspectiva, a jornalista Débora Fantini e o documentarista Marcelo Reis apresentam a mostra de cinema Funk.DOC, que acontecerá no Sesc Palladium entre os dias 28 e 31 de maio.
A ideia é introduzir o gênero àqueles segmentos não familiarizados com as batidas, através da experiência estética proporcionada ao público pelos filmes. “A gente provoca uma situação que pode ser um encontro para muita gente, é parte do nosso esforço em partilhar essa vivência”, explica Débora.
A seleção, composta por seis filmes, engloba desde “Funk Rio” (1994), com direção de Sérgio Goldenberg e tido como um dos primeiros e mais importantes registros acerca do tema, passando por curta metragens como o mineiro “Esculacho”, dirigido pelo próprio Marcelo Reis, até chegar ao longa “A Batalha do Passinho – O Filme”, único da mostra a ter circulado comercialmente em cinemas pelo Brasil.
A jornalista destaca a abertura do evento como um momento importante da mostra, já que, após a exibição de “Funk Rio”, haverá um bate-papo com Carlos Palombini, professor de etnomusicologia da UFMG. “Essa sessão vai permitir ao público recuperar a história do funk, para conseguir olhar e entender o que vem acontecendo hoje”.
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