Quando eu era criança e fazia música clássica, eu cantava Beatles e a professora dizia que não podia porque eu tinha que ser concertista. Hoje eu faço rock progressivo e, no entanto, no meu show canto ‘Chama da Paixão’. Continua tudo igual, eu sempre cantei de tudo”, diz Jane Duboc, que volta à cidade como atração do projeto “Salve Rainhas”, dia 19 (sábado), às 19h, na Funarte MG (com ingressos a R$ 5, inteira).
Ela adianta que para o show selecionou canções suas que fizeram parte de várias trilhas sonoras de novelas globais nas décadas de 70 e 80, sucessos de sua carreira e até mesmo as tais canções dos Beatles que fizeram parte de sua juventude. “Talvez tenha alguma surpresa, mas vou botar todo mundo pra cantar comigo”, despista a paraense.
Curiosamente, Jane é uma das cantoras contemporâneas que mais regravou canções de músicos mineiros. “Eu dizia meu Deus, que melodia encantadora! Tem desafios, por que ao mesmo tempo é difícil e você tá falando de coisas belas do mundo e do universo”, explica. Ela conta, ainda, que tem em seu repertório músicas de nomes como Toninho Horta (sua versão de “Manuel, o Audaz” é insuperável), Beto Guedes, Tavito e Flávio Venturini, dentre outros.
Sobre a atual cena musical a cantora é positiva. “Graças a Deus, melhorou, agora não tem o que é bom o que é ruim, tem a verdade você faz com carinho o quiser, sendo verdadeiro”, diz ela, que aponta Eudes Fraga e Liah, que participou do ‘The Voice’, como apostas na música paraense.
Mas engana-se quem pensa que a versatilidade de Jane esta restrita ao universo musical: ela já foi uma esportista premiada, tendo, inclusive, virado nome de prêmio em Belém do Pará, o “Prêmio Jane Duboc” que incentiva jovens atletas, além de ter escrito livros e peças de teatro para o público infantil.
Sem planos para gravar um disco ou DVD, Jane conta que sua vontade é seguir produzindo para crianças. “O que mais quero é continuar nesse mercado infantil, tocar a criança de maneira sutil sobre o cuidado com nosso planeta”, finaliza.
Hobby musical de Babaya
“Quando eu canto fico feliz, mas faço isso como hobby”, diz Babaya, quando questionada se sente saudade dos palcos. Cantora, com apenas dois discos no currículo – “Babaya, de Vida e Canções” e “Velho Chico” –, ela fez carreira mesmo como preparadora vocal, há mais de 20 anos à frente da Babaya Casa de Canto, primeira escola de Minas voltada exclusivamente para o aprimoramento da voz no canto popular.
Convidada do projeto “Salve Rainhas” no próximo domingo (20), às 19h, na Funarte MG (R$ 5, inteira) ela volta a encarar o público ao lado do músico Fernando Muse, relembrando fatos curiosos pautados por canções como “Menino do Rio”, de Caetano Veloso. “Lembro que o primeiro restaurante que cantei, em 1980, chamava-se Noturno e era muito chique. Eu não tinha a dimensão do que era aquele lugar. Comprei uma alpargata e um vestido de malha, e quando cheguei lá levei um susto. No outro dia, fiz uma roupa super bacana, cheia de brilhos e inspirada na novela ‘Água Viva’, que tinha como tema essa canção de Caetano”, lembra.
Em 1983 veio o convite de Milton Nascimento para dar aula na escola Música de Minas Escola Livre, e foi então que, aos poucos, Babaya passou a atuar do outro lado da música – nos bastidores. “Não foi uma escolha, a vida me apontou e eu fui. Quando comecei a dar aulas de canto, me apaixonei, e um dia veio o sentimento que essa era minha missão”, confessa.
No currículo de preparadora vocal e direção de texto já são mais de 150 espetáculos e artistas de renome nacional, como Letícia Sabatella, Daniel Oliveira e Renata Sorrah e a sua mais recente peça, “Esta Criança”, que passou por BH no último fim de semana.
Envolvida com a direção de uma nova peça sobre a vida de Mozart e Antonio Saliere, e com a estreia do disco “Presente de Vô”, uma coleção infantil do Ponto de Partida e Meninos de Araçuaí, Babaya retoma, aos poucos e mesmo que por hobby, a carreira como cantora. Ela volta aos palcos até o fim do ano no show “Formosas”, ao lado das irmãs Lu e Celinha Braga, e revela que recebeu um convite para gravar um disco. “Talvez algo de marchinhas, ainda não sei”, diz, sem dar detalhes.