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Artes Visuais
Reencontro com os anos 1980
Redação O Tempo
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Nem só de nostalgia é feita a mostra “Walk me Home”, de Augusto Fonseca, aberta no Museu Inimá de Paula. Ao recordar características e personalidades da década de1980, período em que o artista viveu a sua infância, ele percebe na exposição menos odes ao passado e mais releituras, críticas e diálogos entre aquele momento e algumas questões contemporâneas.
“Seja nos objetos ou nas pinturas que eu estou expondo, há uma junção de várias coisas que sugerem outros significados possíveis a partir da conexão entre diversas referências. Há criações que tratam, por exemplo, do contexto político da época, mas que continuam atuais. Então, há um tom nostálgico em razão da presença de certos temas, mas, ao mesmo tempo, existe um olhar para o presente, especialmente em relação ao modo de se fazer pintura”, explica Augusto Fonseca, que define suas telas a partir da mistura de elementos e da tendência à fragmentação.
“Às vezes, eu crio aproximações que podem sugerir algumas leituras. Por exemplo, eu pinto a imagem do cantor Boy George num retrato e o relaciono com a música ‘Não Se Reprima’, do grupo Menudo. O interessante é que o Boy George pode ser visto como alguém que não se reprimiu de forma alguma tanto em sua vida, quanto no seu trabalho, por isso eu acho que aquela canção se aplicaria muito a ele”, diz.
Nos objetos, concebidos no formato de cápsulas, Fonseca também nota traços de humor e crítica. “Elas contêm algumas peças, como brinquedos, que colecionei nos anos 1980, Numa obra, por exemplo, há soldadinhos de plástico que conecto ao filme ‘Nascido para Matar’, de Kubrick. A ideia é propor um paralelo com acontecimentos da época”.
Walk me Home
De Augusto Fonseca
Museu Inimá de Paula (rua da Bahia, 1201, centro). 3ª, 4ª, 6ª e sáb., das 10h às 18h30; 5ª de 12h às 20h30; dom. Até 25/5
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