Música

Sete vidas de Pitty

Redação O Tempo

Por Bárbara França
Publicado em 29 de agosto de 2014 | 11:35
 
 
 
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Pitty nasceu no dia 7 de outubro de 1977. Cresceu no bairro das Sete Portas em Salvador (BA), ao que informam as comadres, pintando o sete. Ela adora gatos, até tem alguns de estimação, e reza a lenda que eles têm sete vidas. Pitty também. “Só nos últimos cinco meses, eu já morri umas quatro vezes, mas ainda restam três vidas para gastar”, canta no clipe da música “Setevidas”, título também do seu mais novo disco. Renegando as sete cores do arco-íris, a cantora, de calça de couro e corpete preto, incorpora a felina e joga na cara da sociedade toda a força que ainda exala. Após uma longa temporada afastada do rock (o último disco, “Chiaroscuro”, é de 2009), ela volta no maior estilo “quero ver me aguentar” e promete estar bem viva no Chevrolet Hall no dia 5/9 (sexta), cuja soma dá 14, múltiplo de 7.
 
Sete é o número da sorte de Pitty desde criança e colocá-lo no nome do seu lançamento só poderia designar vontade ou consolidação de um momento melhor, seja na carreira ou na vida. O ano de 2013 foi difícil, ela viveu a morte de pessoas próximas e queridas, como o cantor Chorão, o baixista Champignon e o guitarrista Peu Sousa, com quem trabalhou nos primórdios da banda. Sem sucumbir, a roqueira resolveu dar ao momento versos e acordes que, com a ajuda dos produtores Rafael Ramos e Tim Palmer, que já trabalhou com artistas como Ozzy e Pearl Jam, viraram disco, lançado em maio deste ano, 2014 (2 + 0 + 1 + 4 = 7), supersticiosamente ou não, um ano bem melhor que o anterior. “Acho que a temática de vida e morte se expressa através das transformações, do processo evolutivo, de deixar coisas irem para outras chegarem”, comenta.
Por ação do destino ou mero acaso, Pitty foi convidada para cantar na abertura da nova temporada de Malhação uma música da sua ídola Rita Lee: “Agora Só Falta Você”. “Um belo dia resolvi mudar e fazer tudo que eu queria fazer”. Letra mais casada com o momento de Pitty é difícil achar.
 
Livro
 
Embora esteja totalmente focada na divulgação de “Setevidas”, Pitty está para lançar agora em setembro “Cronografia”, um livro de fotografias que percorre sua trajetória musical, da infância até agora, passando pela adolescência rebelde, seja nos palcos ou nos bastidores. “Há tempos eu tinha essa vontade e esse tipo de projeto leva tempo até juntar tudo, revisar etc. Eu via os livros de fotos de bandas gringas e ficava pensando em fazer um também. Finalmente o livro está saindo, e apaixonada que sou por fotografia, achei que era uma boa linguagem pra se contar essa história”, conta.
 
Cheia de experimentações, essa história de que a cantora fala abrange também o Agridoce, projeto de veia folk surgido em 2011 e levado a cabo junto com o guitarrista e seu parceiro de banda Martin Mendonça, que saiu do foco por ora. Com ouvido acostumado a música pesada, o que mais tem rolado no player da Pitty é afrobeat, Jackson do Pandeiro e até ritmos latinos. “Outro dia estava pesquisando cumbia e foi muito rico”, conta a roqueira, que se empolga ao falar da crescente presença das mulheres no rock. “Acho massa toda vez que vejo bandas com mulheres, tocando, cantando e principalmente compondo. Escrevendo e sendo protagonistas de suas histórias, saindo da posição de coadjuvantes”, comemora.
 
Serviço:
Pitty
Chevrolet Hall (av. Nossa Senhora do Carmo, 230, Savassi). Dia 5 (sexta-feira), às 22h. R$ 100 (pista, arquibancada, 3º lote, inteira). 

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