Cinema

Um clássico instantâneo 

Redação O Tempo

Por Marcus Celestino
Publicado em 16 de maio de 2015 | 03:00
 
 
 
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Esse é o filme que tornou todas as películas de ação produzidas no século 21 meros contos infantis. “Mad Max: Estrada da Fúria”, que estreia na cidade, nasceu um clássico e certamente agradará o público. Afinal, quem não gosta de uma violenta ópera-rock passada num futuro distópico (nem tão distópico assim) e com sequências de fazer o queixo cair?

O renascimento da franquia australiana depois de 30 anos pelas mãos do criador, George Miller, não poderia ser mais revigorante e atual. Ao contrário da trilogia original, no qual a disputa pelo petróleo era o principal mote, aqui, a escassez d’água é o estopim para a derrocada da sociedade que conhecemos. Além disso, o filme traz o que há de melhor no mundo de Miller: sequências de ação insanas – com trabalho espetacular principalmente dos dublês –, perseguições entre carangos cujos motores necessitam de combustível de altíssima octanagem (mais de 150 veículos foram construídos especialmente para o filme) e, claro, o carismático, porém pouco falante, personagem-título.

Max Rockatansky é um ex-policial que teve sua família assassinada logo que o Apocalipse foi instaurado. Depois disso, tornou-se um lobo solitário, um connoisseur de todos os meandros do deserto. Ao ser raptado pelo séquito de Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne, que interpretou Toecutter, vilão do primeiro “Mad Max”, de 1979), um tirano idolatrado tal qual um deus, o protagonista acaba cruzando com Furiosa (Charlize Theron) e as “esposas” de Joe – grupo de mulheres que, aos olhos do fascista, darão luz a uma “nova geração de humanos”. Com relutância, Max as auxilia a conseguirem o que querem, opondo-se ao seu captor.

A nova encarnação do personagem nas telonas é vivida, muito bem, por Tom Hardy. Num filme de poucos diálogos, o ator consegue transmitir a profundidade exigida. O Max “original”, Mel Gibson, foi alçado ao estrelato graças à franquia. Resta saber se o talentoso Hardy (que foi Bane, o vilão de fala incompreensível em “O Cavaleiro das Trevas Ressurge”) também se tornará uma superestrela. Cacife o rapaz tem e no futuro, certamente, estaremos discutindo, assim como quem foi o melhor Bond, quem foi o Mad Max definitivo. No momento, a resposta é muito difícil. “Mad Max: Estrada da Fúria” é, assim como seus predecessores, comparável a um western. Ademais, destila violência estilizada única, ação ininterrupta e história intrigante. Essa é mais uma obra de George Miller a ser cultuada e imortalizada.

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