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Espaço Gourmet
De Bar em Bar
Repaginado, festival Comida di Buteco completa 15 anos e aposta em bares mais espontâneos
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Mineiro gosta mesmo é de boa prosa, cerveja gelada e petisco no ponto. A prova disso é o já tradicional “Comida di Buteco”, concurso gastronômico que chega à sua 15ª edição repaginado após a saída de um dos seus criadores, o chef Eduardo Maya, mas ainda apostando na valorização e divulgação da cozinha mineira de raiz.
“Raiz é vínculo, ligação moral. Então, para nós, cozinha de raiz é uma cozinha com origem, uma cozinha que tem uma influência forte, que seja regional, familiar e esse é o nosso foco”, comenta Maria Eulália Araújo, organizadora e uma das criadoras do festival . Para ela, olhar para essa cozinha é um movimento parte de uma tendência mundial, que ultrapassa a própria gastronomia. “Creio que chegamos em um limite da modernidade em que nos perdemos um pouco. Então, passamos a buscar várias esferas do nosso próprio modo de viver que remeta às nossas raízes, como uma necessidade de manter um vínculo”.
Este ano, diferentemente das outras edições, não foi determinado um ingrediente específico para ser inserido no prato, o que, segundo Maria Eulália, foi pensado de forma a dar mais liberdade para os 45 bares participantes. “Não queríamos trabalhar com uma fórmula engessada, a ideia é melhorar a qualidade e mexer o caldeirão de possibilidades”. Para ela, mais que uma competição, o “Comida di Buteco” é uma plataforma de transformação de vidas, afinal, muitos estabelecimentos ficaram conhecidos, passaram a ser mais frequentados e até se tornaram tradicionais na cidade devido à participação do evento. “Chegamos a 2014 reconhecendo essa missão, a de mudar a realidade das pessoas”, comemora a curadora.
Caso do Bar do Dedinho, no bairro Santa Amélia, região da Pampulha. Com uma porta, uma pequena cozinha e mesas de plásticos, ele foi fundado há sete anos. Depois de sua participação no concurso, o estabelecimento cresceu, dobrou o número de funcionários e ganhou novo mobiliário. “Hoje, temos mais conforto, o bar ganhou mais duas portas, um banheiro adaptado para os clientes com necessidades especiais. Os outros foram ampliados e reformados. A cozinha foi para o segundo andar da loja e ainda pude investir em um telão e uma TV de Led”, comemora Alisson, o dono.
E para participar, se os petiscos precisam ser de raiz, os bares precisam atender à classificação de “espontâneo”. São aqueles bares em que o proprietário administra o negócio; sua história e seu dia a dia comungam com a identidade do dono, que, na maioria das vezes, conta com a força de trabalho de mais pessoas da sua família. Alguns foram passados de pai para filho, de avô para neto, mas, mesmo os abertos mais recentemente mantêm a alma botequeira tradicional e espontânea. São bares únicos e especiais. O que vale é ter cozinha boa, cara do dono e alma de boteco.
Comida di Buteco
Até 11 de maio. Confira os bares participantes no site www.comidadibuteco.com.br
Festa Saideira
Com Zeca Pagodinho, em Largo da Saideira (av. Cristiano machado, 3.450, União). Sábado (17/5). A partir das 12h. R$ 100 (1º lote, inteira)
Novato, Botecar vai dar carona!
A liberdade de criação também é um valor defendido por Antônio Lúcio Martins, organizador do “Botecar”. O evento, que vai até 30 de abril, conta com 55 bares de várias regiões da cidade e promete levar ao público o mais tradicional da cozinha mineira. “Para nós, cozinha de raiz é também aquela que foge à comida, vamos dizer, industrializada. Valorizamos a utilização de ingredientes mais in natura e o dom que determinado bar tem de incorporá-lo para fazer um bom prato”, esclarece o organizador, que não esquece o jiló recheado.
Segundo Antônio Lúcio, a grande novidade está na disponibilização de ônibus gratuitos para levar a clientela de um boteco a outro. Para utilizar a “carona botecar” é só apresentar um guia disponível nos estabelecimentos participantes nos principais pontos turísticos de BH e nos guichês da Belotur.
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