ESPAÇO GOURMET

Um brinde a elas

Endereços focados em cervejas artesanais se firmam em BH e oferecem novas possibilidades

Por Lorena K. Martins
Publicado em 12 de maio de 2018 | 03:00
 
 
 
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Não é necessariamente uma novidade a adesão do mineiro ao consumo de cerveja artesanal. De fato, os números recentes só confirmam a vocação cervejeira do Estado, conhecido também pelo bordão “já que Minas não tem mar, vou para o bar”. E, não é só no bar, propriamente dito, que se concentram as produções derivadas das 65 cervejarias existentes no Estado – 33 delas só em BH. 

A cidade engloba endereços que vão de feiras ao ar livre a growlerias e fábricas de produção que também oferecem a degustação da gelada. Os rótulos autorais motivam a existência de várias iniciativas locais, como a feira Experimente, pioneira em promover a maioria das cervejarias artesanais e que acontece neste sábado (leia mais na coluna ao lado), no Jardim Canadá. 

Na última semana, outra novidade chegou à cidade, abraçando a cadeia cervejeira aqui existente. Trata-se da Plataforma Albanos de Cerveja – uma espécie de “nome completo” para a nova fase do já existente Albanos –, que oferece possibilidades inéditas e variadas para os amantes da bebida. 
O projeto, localizado no bairro Sion e criado há 22 anos, agora reúne em um mesmo lugar uma fábrica de produções personalizadas, um pub, uma loja e um espaço de aulas, em parceria com a Academia Sommelier de Cerveja e com a Escola Superior de Cerveja e Malte (ESCM), a fim de fomentar e fortalecer a cultura da cerveja artesanal de forma abrangente.
“A ideia desse espaço é justamente unir todas as condições que o mercado demanda em um único lugar. A pessoa vem se quiser apreciar uma boa cerveja. Mas se quiser aprender a produzir a própria bebida, vai ter suporte para isso, tudo que engloba desde a criação da receita até a parte de marketing e design profissional do rótulo”, explica Pablo Carvalho, mestre cervejeiro da plataforma. 

Por lá, o processo de produção da cerveja pode demorar de 20 a 30 dias e ser acompanhado com as visitas guiadas e degustações dirigidas, oferecidas ao público que deseja acompanhar todos os processos de produção. Além de consumir a bebida no local em que é produzida – conceito batizado de brew pub –, o cliente pode também optar pela growler station, que fornece a opção de levar o chope tirado na hora para casa no growler – recipiente que mantém a bebida fresca e que é reutilizável. 

A união faz a força 

Ao todo, são 11 torneiras de cerveja: seis delas são da bebida produzida pela própria casa e seus estilos (Dry Stout, Session IPA, American Brown Ale, Pale Ale, Weiss e Bohemian Pilsner), e as outras cinco serão de parceiros e convidados temporários. Todos são bem-vindos, principalmente para as cervejas que não têm fábrica própria. “Uma das características do microcervejeiro é a colaboração. Existe uma série de dificuldades que as grandes empresas não tem. Então, é natural, dentro desse mercado, a ajuda de um ao outro; não enxergamos o outro como concorrente”, acredita. “E, hoje em dia, o cliente que busca cerveja artesanal não tem preferência por um determinado tipo de rótulo, ele quer experimentar vários estilos e cervejarias diferentes”, disse. 

De olho na proporção que o mercado cervejeiro tomou na cidade, outros lugares passaram a apoiar a produção local. Na semana passada, a hamburgueria Slow Burger, localizada na Savassi, adotou o sobrenome “beer” ao incorporar cinco marcas artesanais: Verace, Küd, Falke Bier, Capa Preta e Laüt Beer. “As cervejas artesanais estão na pauta dos clientes, dos roteiros turísticos e já são a cara da capital”, finaliza o proprietário Gustavo Graça.

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