Atire a primeira pedra quem nunca sentou na cadeira do seu cabeleireiro repleta de expectativas. Seja para ficar platinada em poucas horas ou com o corte e textura do cabelo da sua celebridade preferida – metas quase irreais. As chances de dar certo existem, mas de dar errado também.
O problema, na maioria dos casos desastrosos, são gerados pela falta de uma simples conversa sincera entre profissional e cliente no primeiro contato. De acordo com Eduardo Augusto, hair stylist do salão Platinum Visage, mesmo que a cliente vá fazer um serviço esporádico, é necessário que ela conte tudo o que as madeixas já enfrentaram – os procedimentos químicos, os cuidados diários e até a manutenção dentro de casa.
“Outra coisa que acontece também é que alguns profissionais escondem o jogo, não abrem o produto ou nem mesmo mostram o que está sendo usado, e isso é omissão. Na maioria das vezes, a pessoa confia sem checar, por não ter conhecimento”, explica Edu. Problemas podem acontecer até mesmo em uma hidratação capilar, por mais simples que o procedimento possa parecer, como alerta Petty Hegídio, proprietária do Instituto de Beleza Petty. “O ideal é que o profissional monte a hidratação, destrave os frascos na frente do cliente e mostre a marca para ele”.
Não caia em frias
Eduardo alerta, inclusive, para serviços que aparentemente são milagrosos e que os profissionais apresentam disfarçados com nomes diferentes e até mesmo atrativos. “Há procedimentos, como botox capilar, selagem e cauterização dos fios, em que o cheiro do formol, por exemplo, é mascarado. Na verdade, eles alisam os cabelos. Na hora, o resultado fica lindo, mas, posteriormente, os fios podem sofrer consequências”.
A terapeuta capilar Renata Fraga também alerta sobre as promessas de uma hidratação poderosa e as ciladas que podem estar embutidas nesses serviços. “A cauterização, por exemplo, é um processo realizado para repor a queratina e o colágeno do fio, mas é muito comum alguns profissionais misturarem formol ou outras químicas de alisamento nesse processo para dar a impressão ao cliente de resultado instantâneo e milagroso. Como qualquer química, esse procedimento traz beleza momentânea ao cabelo, mas prejudica a saúde dos fios e do couro cabeludo.
Uma das consequências da falta do jogo aberto sobre as verdadeiras limitações de cada tipo de cabelo tem se tornado uma situação típica quando os clientes vão até Eduardo e pedem para platinar os fios. Se ali tiverem resquícios recentes de formol, ele responde sem titubear: “não faço! Se o fio tiver frágil e com excesso de química e formol, ele terá sérios problemas ao aplicar o descolorante. O cabelo pode até cair e quebrar. Neste caso, a cliente vai me culpar pela química que eu fiz com o cabelo dela, e não o profissional que aplicou o produto que estragou os fios anteriormente”, exemplifica.
Por conta desses casos corriqueiros de omissão do histórico capilar, a hair stylist e colorista Rosângela Rocha achou melhor criar uma espécie de questionário para as novas clientes antes de fazer algum procedimento químico ou coloração. “Perguntamos e analisamos os fios para montar um histórico de, pelo menos, seis meses de química, além do teste de mechas. Ocultar o que já foi feito anteriormente só irá prejudicar o resultado futuro”, acredita a proprietária da Maison Rocha.
Por esses e outros motivos, pedimos aos profissionais mais antenados da cidade dicas preciosas para o cliente ficar atento e evitar que sabotem o seu próprio cabelo.
Para não restar mais dúvidas