Curinga

O poder do vidro

Além de integrar espaços, elemento é atemporal e vai bem com qualquer estilo no décor

Por Ana Paula Braga
Publicado em 25 de junho de 2015 | 14:53
 
 
 
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Versatilidade é a sua palavra de ordem. O vidro tem sido muito bem explorado como um elemento estrutural da arquitetura de uma casa, ocupando o lugar de paredes, portas, janelas ou uma boa parte do telhado. Ele também pode estar presente numa taça de vinho, em uma luminária de contornos ousados ou até mesmo compondo um mobiliário por inteiro. Além de fazer parte do nosso dia a dia, o vidro é considerado por muitos especialistas um material curinga e totalmente atemporal, capaz de adicionar uma nova perspectiva visual e uma experiência incrível aos moradores.
 
Mais do que unir a sustentabilidade à estética dos espaços, o vidro se adapta a qualquer estilo de ambientação, desde a contemporânea à mais clean. Uma das características marcantes desse recurso é o ganho sensorial que ele proporciona aos cenários da casa, principalmente por facilitar a entrada de luz natural, e a boa integração entre os espaços e seus moradores. “O vidro proporciona a comunicação exterior-interior, o que amplia ainda mais a perspectiva do morador. Tudo isso cria no espaço uma fluidez e uma leveza ao olhar arquitetônico”, pontua o arquiteto Willemberg Lobato, que projetou para a mostra Morar Mais por Menos uma “casa modular” dentro de um contêiner, criando com o uso de vidros na fachada uma espécie de vitrine para os novos modos de moradia, por meio de conceitos como leveza, ecoeficiência e funcionalidade. 
 
Composições 
De fato, não há restrições para abusar do vidro na decoração. Além de combinar com todo tipo de material, desde a madeira, o metal, o concreto até as pedras naturais, é possível criar referências e garantir uma continuidade visual que delimita os ambientes sem obstruir a visão – o que traz a sensação de amplitude na casa – e ainda adiciona ainda mais informações ao décor e valoriza suas composições. “Gosto do vidro por seu apelo versátil e transparência: essas características permitem que os objetos decorativos e mobiliários feitos do material se combinem a diferentes peças e integrem estilos variados da decoração com muita harmonia e elegância”, destaca a designer Danielle Rezende.
 
Segundo a arquiteta Estela Netto, a arquitetura modernista contribuiu para legitimar essa vontade de integrar os espaços, bem como a área interna com a externa. “Desde a década de 50, e até anterior a isso, nos deparamos com edifícios e casas que apresentam superfícies de vidros grandes, justamente para as pessoas se sentirem dentro da natureza. Na contemporaneidade, isso ainda faz muito sentido, porque há uma grande procura pelo contato com a natureza, pelo que é orgânico, natural, para fugir um pouco desses elementos tão duros, áridos das grandes cidades, e o vidro permite isso ao abrir o horizonte das edificações”, ressalta. 
 
Luz natural
Uma morada agradável, cheia de luz e com a temperatura na medida certa. O vidro é, sem dúvida, o melhor parceiro para garantir a conquista pela luz natural, e os projetos que destacam esse elemento, em geral, só têm a ganhar. “Ele não apenas reflete a luz, mas a transporta entre os cômodos, possibilitando mais conforto térmico e versatilidade nas composições dos espaços”, afirma a designer Danielle Rezende.
 
Seu caráter translúcido ajuda a compor o décor de uma maneira muito particular, trazendo doses de aconchego e, de quebra, mais economia no orçamento, que se converte na redução do consumo de energia elétrica. Por melhor que seja o projeto de iluminação, nada substitui o prazer do sol ou da luz do luar batendo na janela e refletindo-se no interior dos cômodos da casa.

 

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