O Azerbaijão, como todas as ex-repúblicas soviéticas, é um país secular e religioso. Passou pelo comunismo e pela guerra com a Armênia na briga pela posse do território de Nagorno-Karabakh, além de sucessivas crises econômicas nos anos 90, depois da independência. Nos últimos anos, cresceu em função da exploração petrolífera e do gás natural – o país tem a terceira maior reserva do mundo. É o carro-chefe da economia, depois vem a agricultura.
No verão, o clima é seco nas montanhas e úmido nas planícies. A temperatura varia entre -7ºC no inverno e 27ºC, portanto, é recomendado programar a viagem entre maio e setembro. O país exige visto dos brasileiros, que devem ser solicitados à embaixada, além de uma carta-convite para permanência de 15 a 30 dias, nada muito complicado de ser obtido, principalmente agora.
Noventa e cinco por cento da população é formada por árabes. Os azeris, como são chamados, falam uma língua similar ao turco e praticam religião muçulmana aos moldes da iraniana, mas com um modo de vida e liberalidade ao estilo russo – ou seja, não são fanáticos nem fundamentalistas. A moeda é o manat azeri: € 1 equivale a 1,14 manat. Recomenda-se levar o euro.
Gastronomia
O prato mais apreciado é o cordeiro ao barbecue, com tomates, berinjelas e pimentões assados. Mas há outras iguarias como o frango, peixe ou carneiro recheado de ervas e nozes (lavengi), o cozido de carneiro e vegetais (bugiama), o carneiro frito em manteiga com especiarias e frutas (govurma), a sopa à base de caldo de frango ou carne temperada com hortelã e massinhas recheadas (dushbere) e, é claro, kebabs.
O governo não se trata de uma democracia, mas de regime semiditatorial. Ao viajar para lá, deve-se informar antes sobre os costumes locais, embora o turista não perceba as limitações de liberdade. O país tem um grande número de jovens que, como em qualquer outro lugar, começa a falar em mais liberdade. Principalmente depois de 2012, quando o país sediou eventos importantes.
Tours
O que encanta os visitantes é a geografia, que torna o Azerbaijão um país diferenciado. Além de desertos de pedras e areia, áreas montanhosas, há lagos azuis, vulcões de lama, sítios arqueológicos com pinturas rupestres, rios caudalosos, geleiras e picos nevados. Uma de suas maiores curiosidades é a Montanha do Fogo Eterno (Yanar Dag, que significa na língua azeri “montanha que queima”).
É uma montanha em que o fogo sai das pedras e nunca se apaga, mesmo quando chove ou neva. O fenômeno ocorre por causa de uma mistura de gases inflamáveis que vaza ininterruptamente entre as fissuras das rochas. O lugar foi descrito pelo aventureiro Marco Polo como “o fogo que surge do nada”. E o cenário fica mais bonito, eloquente, quando apreciado à noite. O próprio nome Azerbaijão significa “guardiões do fogo”.
Cinco dias são suficientes para conhecer esse e outros atrativos do Azerbaijão. Os tours incluem visita a vulcões de lama e às pinturas rupestres na cidade de Gobustan, que tem até museu inaugurado em 2013. No caminho entre Baku e Gobustan, a 60 km, para-se no James Bond Oil Field, a primeira área petrolífera do país, onde foi filmado “O Mundo Não é o Bastante” (1999). Nos arredores, conhece-se ainda o Templo Zoroastra e vilarejos que pararam no tempo.
Contrastes
Na florida e bela Baku (na tradução azeri “cidade dos ventos”), vale se perder nas ruelas da cidade velha, amuralhada, para ver mesquitas com minaretes, palácios, a antiga praça do Mercado, caravanseray e a torre Qiz Kalasi. Na cidade nova, grandes arranha-céus, butiques de luxo, fontes coloridas, o Heydar Par, a Flame Towers e calçadões ao longo do mar Cáspio mostram que o capitalismo impera. É o Azerbaijão preparado para o turismo.