Gabriel Azevedo

A era urbana precisa de cidades que inovem

Aprendizado contínuo e desenvolvimento de soluções para BH


Publicado em 08 de outubro de 2021 | 03:00
 
 
 
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Há dez anos, com 25 anos, eu concluía a minha terceira graduação. Não satisfeito, concluí em seguida um mestrado. Particularmente, acho que aprender é algo fundamental. Desde que passei a me dedicar à vida pública, um tema me fascina: a cidade. Trata-se de uma invenção humana com alguns milênios de existência.

No entanto, há algumas instituições que passaram a reunir as formas de estudar as cidades. É o caso de um departamento da London School of Economics and Political Science, chamado LSE Cities, cujo propósito é aumentar o conhecimento e a compreensão de como as pessoas e as cidades interagem em um mundo em rápida urbanização, tendo foco em como a forma física e o design das cidades impactam a sociedade, a cultura e o meio ambiente.

Em 2017, ajudei a criar a organização RenovaBR, uma escola para pessoas que desejam se candidatar a cargos eletivos no Brasil. Todavia, não é por já ser responsável por aulas para políticos ou por já ter sido eleito e reeleito um mandatário municipal que devo me dar por satisfeito quando o assunto é preparo. Pelo contrário. A responsabilidade só aumenta.

Como, então, posso me preparar para ser alguém que ajuda outros brasileiros a exercer melhor suas funções políticas e como ser um político que atua cada vez mais para melhorar a vida das pessoas em Belo Horizonte? Ampliar meu conhecimento com certeza é uma das respostas para essa pergunta.

Estudar numa instituição como a LSE Cities pode parecer impossível para muitos de nós. É caro. É difícil. É longe. Todavia, na vida é preciso tentar atingir aquilo que parece impossível.

Em janeiro de 2020, fui convidado para um programa de líderes em Londres e conheci o professor Savvas Verdis, codiretor do mestrado em cidades pela LSE Cities, que me fascinou com uma série de exemplos do que vem sendo feito no mundo para resolver problemas. E ele completou dizendo que eu tinha um perfil que poderia se encaixar no curso. Por que não?

Após um árduo processo seletivo, fui um dos 24 candidatos, único brasileiro, selecionados a participar do mestrado em cidades da LSE Cities na turma 2021-2022 com bolsa integral pela Bloomberg Philanthropies. O curso teve início de forma virtual devido às restrições causadas pela pandemia do coronavírus.

Estou encantado com o relacionamento entre os mestrandos. Dialogar com uma colombiana e uma costa-riquenha que desejam melhorar os indicadores de desigualdade nas suas cidades, compreender como africanos, europeus e asiáticos tentam resolver os seus problemas. O conteúdo é extenso. Passei a me dedicar muito a aulas, leituras e vídeos. E isso só me faz focar Belo Horizonte.

O principal objetivo do mestrado envolve escolher um problema local que cada um dos participantes deseja solucionar. O que escolhi? Mobilidade.

Belo Horizonte possui atualmente uma linha de metrô com 28,1 km de extensão, em superfície. Diariamente, cerca de 178 mil pessoas utilizam-no, sendo o sétimo maior sistema metroferroviário brasileiro em movimento de passageiros.

É a segunda cidade mais congestionada no Brasil e a 27º no mundo, com a velocidade media de 12 km/h, e o tempo médio de espera pelo transporte coletivo na cidade é de cerca de 18 minutos. Pelo menos 30% dos deslocamentos por ônibus ou metrô na capital duram mais de duas horas, e 44% das pessoas precisam fazer duas baldeações em uma única viagem.

A minha pergunta é: como transformar para melhorar a mobilidade em Belo Horizonte?

O lema da London School of Economics and Political Science é latino: “Rerum cognoscere causas” (“Conhecer a causa das coisas”). Bem… as causas são conhecidas. Precisamos das soluções. Tenho certeza de que a LSE Cities pode colaborar.

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