Em ato do 1º de Maio

Pré-candidatos à Prefeitura de SP vão à Justiça após Lula pedir voto para Boulos

O atual prefeito da cidade e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), se disse “perplexo com iniciativa de Lula

Por Hédio Ferreira Júnior
Publicado em 01 de maio de 2024 | 16:35
 
 
 
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Pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo nas eleições deste ano indicaram que vão acionar a Justiça Eleitoral contra a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pedindo votos para o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP). Em evento organizado por centrais sindicais nesta quarta-feira (1º), em comemoração ao Dia do Trabalhador, na capital paulista, o petista declarou apoio ao parlamentar nas eleições de outubro de 2024. 

"Ele está enfrentando três adversários e, por isso eu quero dizer para vocês, ninguém derrotará esse moço aqui se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo nas próximas eleições. E eu vou fazer um apelo para cada pessoa que votou o Lula em 1989, em 1994, em 1998, em 2006, em 2010, em 2018, em 2022, para votar no Boulos para prefeito de São Paulo”, declarou. 

Nesse momento de pré-campanha, os concorrentes podem se apresentar como pré-candidatos e participar de eventos públicos. Contudo, a Justiça Eleitoral veda o pedido explícito e/ou subentendido de voto. Caso contrário, a propaganda antecipada é passível de multa. Isso está previsto na Lei das Eleições (Lei 9.504/97). A regra muda a partir de 16 de agosto, quando começa a campanha eleitoral.
 
Em declaração à CNN Brasil, o atual prefeito da cidade e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), se disse “perplexo” com iniciativa de Lula a favor da pré-candidatura de Boulos, que terá como vice a ex-prefeita da cidade Marta Suplicy (PT). Lula fez menção direta a Nunes e a apoiadores políticos dele, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). 

Em sua fala, Lula também fez menção aos apoiadores políticos do atual prefeito de São Paulo. “Esse rapaz (Boulos), esse jovem, ele está disputando uma verdadeira guerra aqui em São Paulo. Ele está disputando com o nosso adversário nacional, ele está disputando contra o nosso adversário estadual e ele está disputando contra o nosso adversário municipal”, afirmou o presidente. 

 

 

Por meio de nota, o Diretório Municipal do MDB de São Paulo disse que a fala de Lula se configura como propaganda eleitoral antecipada. “Paralelamente, se pedirá ao Ministério Público (MP) a abertura de inquérito para a apuração dos valores gastos com o evento, incluindo os públicos, além do uso da estrutura sindical com o objetivo de se promover candidatura”, afirmou por meio de nota.

Outros pré-candidatos que indicaram que vão recorrer à Justiça Eleitoral foram o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e Marina Helena (Novo). A equipe de pré-campanha da deputada federal Tabata Amaral (PSB) ainda não se manifestou.

O Palácio do Planalto, inclusive, decidiu retirar do ar a transmissão ao vivo do evento nas plataformas do governo federal. A gravação, porém, segue disponível no perfil pessoal de Lula no YouTube.

Alianças

O gesto de Lula ao PSOL é um sinal de compromisso de um acordo firmado ainda no pleito de 2022. À época, Boulos deixou de se candidatar a governador de São Paulo em favor de Fernando Haddad (PT), que acabou derrotado por Tarcísio de Freitas.

Em uma articulação costurada ainda no ano passado por Lula, ele determinou que o Partido dos Trabalhadores indicasse Marta Suplicy para ser vice na chapa com Boulos. Após uma série de brigas internas dentro do PT, a legenda aceitou a filiação da ex-prefeita de São Paulo e ex-senadora.

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