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PF intima Juscelino Filho a depor sobre suposto desvio de emendas parlamentares

Interrogatório do ministro foi marcado para o fim da próxima semana na superintendência da corporação, em Brasília

Por Hédio Ferreira Júnior
Publicado em 29 de abril de 2024 | 19:14
 
 
 
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A Polícia Federal (PF) intimou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, a depor sobre o suposto desvio de emendas parlamentares no interior do Maranhão. O interrogatório deve ocorrer em 10 de maio, na superintendência do órgão em Brasília. A informação foi adiantada pelo jornal O Globo. Procurada, a assessoria de comunicação da PF não confirmou a data alegando se tratar de um inquérito sob sigilo.

A ida de Juscelino Filho à PF deverá ser a primeira de um integrante do alto escalão da Esplanada dos Ministérios do governo do presidente Lula como parte de um inquérito.

O ministro será ouvido no âmbito das investigações da operação Odoacro, que apura um suposto desvio de emendas de Juscelino Filho, que é deputado federal licenciado pelo União Brasil, na pavimentação de ruas do município de Vitorino Freire. A prefeita da cidade, Luanna Rezende, é irmã dele e chegou a ser afastada do cargo em 2023 diante das denúncias, mas já reassumiu a prefeitura.  

A obra de pavimentação das estradas foi orçada em R$ 7,5 milhões e feita pela Construservice. Os recursos foram enviados por meio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) do Maranhão.

A construtora tinha como sócio oculto o empresário Eduardo José Barros Costa, conhecido como "Eduardo DP" ou "Imperador". Segundo a PF, Juscelino integraria uma "organização criminosa" com o empresário com base em mensagens analisadas pelos investigadores no celular de Eduardo entre 2017 e 2020. 

O Ministério das Comunicações informou em nota que o ministro é "o maior interessado para que este caso seja esclarecido". Conforme a pasta, "sua conduta sempre foi pautada pela ética, responsabilidade social e utilização adequada dos recursos públicos para melhorar as condições de vida da população mais pobre".

Relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) divulgado pela Folha de S.Paulo apontou que 80% da estrada custeada pela emenda beneficiou propriedades particulares de Juscelino Filho e de seus familiares na região. Ele alegou que a obra de pavimentação "é um bem do povo de Vitorino Freire e a sua pavimentação, uma demanda antiga da população". 

"A estrada em questão conecta 11 povoados, onde centenas de pessoas sofrem, diariamente, com grandes desafios para se locomoverem ao trabalho, escolas, hospitais e postos de saúde, especialmente durante períodos chuvosos, quando a via se torna intransitável, isolando essa população", justificou ele, em nota.

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