Laura Serrano

Vacina desenvolvida pela UFMG é uma das mais avançadas do país

Cenário para a pesquisa no Estado é bastante otimista


Publicado em 12 de abril de 2021 | 03:00
 
 
 
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Estudos científicos recentes indicam que, possivelmente, a vacinação contra a Covid-19 deverá possuir reforços anuais devido à existência de variantes do coronavírus, a exemplo do que ocorre com a vacinação contra a gripe atualmente. Universidades brasileiras estão, portanto, desenvolvendo diversas pesquisas e atividades de extensão que têm como foco aumentar o conhecimento científico sobre o novo coronavírus, a testagem de vacinas e os impactos da pandemia sobre a saúde da população e a economia.

O cenário mineiro para a pesquisa da vacina é bastante otimista, uma vez que a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) trabalha com sete projetos de desenvolvimento de um imunizante. Entre eles, o imunizante mineiro em estágio mais avançado é a vacina desenvolvida pelo CT-Vacinas, localizado no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC), que conta com parceria do Instituto René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-Minas).

A vacina mineira Quimera Proteica/Spintec, como é chamada, apresentou 100% de eficácia em camundongos, inclusive para as variantes do vírus. É um resultado de imensa relevância para o contexto que estamos vivendo, com novas cepas. A fase atual é a de testagem em primatas, uma das exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A previsão é que a vacina mineira seja submetida à aprovação da Anvisa em setembro deste ano.

Após aprovação da Anvisa, inicia-se a testagem clínica em humanos, que é composta pelas fases I, II e III. A fase III testa a imunogenicidade e a eficácia. A expectativa é que, havendo êxito nas etapas de testagem, a vacina mineira Quimera Proteica/Spintec passe a ser produzida em escala industrial ainda no primeiro semestre de 2022. A vacina mineira, em desenvolvimento pelo CT-Vacinas da UFMG, é uma das três mais avançadas do país, segundo avaliação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

A vacina mineira está sendo desenvolvida para imunização em duas doses. Um aspecto importante é que sua tecnologia prevê a possibilidade de uso em doses de reforço anuais, caso sejam necessárias. Além disso, a vacina Quimera Proteica/Spintec é desenvolvida a partir de uma tecnologia mais tradicional de produção de imunizantes, o que se traduz em maior segurança para aplicação em seres humanos, menor probabilidade de efeitos colaterais adversos e custo mais baixo por dose.

O custo mais baixo por dose é extremamente importante porque permite maior cobertura vacinal da população. Ou seja, torna possível vacinar mais pessoas com o mesmo investimento. O controle de qualquer doença imunoprevenível – que pode ser evitada por meio de vacinas – depende do sucesso na cobertura vacinal. Eficiência salva vidas.

A importância de investimentos emergenciais no combate à pandemia e no tratamento dos pacientes com Covid-19 é inegável e também é preciso enxergar um horizonte mais amplo e focar a solução. Por isso, além dos mais de R$ 8 milhões que direcionei para o combate emergencial da pandemia, destinei R$ 2 milhões em emendas parlamentares para a pesquisa da vacina mineira Quimera Proteica/Spintec, em desenvolvimento pela UFMG. Além disso, conduzi a interlocução com a bancada mineira no Congresso Nacional que, com grande sensibilidade e responsabilidade, prontificou-se no apoio integral à pesquisa da vacina mineira, inclusive com aporte de recursos.

A vacinação contra a Covid-19 é o caminho mais efetivo para retomar a normalidade, salvar vidas, recuperar empregos e auxiliar no retorno das crianças à escola.

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