Audiência Pública

Sindicatos reagem a projeto que reajusta contribuição do Ipsemg: 'destruição'

André Luiz Moreira dos Anjos, presidente do Ipsemg, defendeu que não haverá, em momento algum, mudança no acesso aos serviços de saúde

Por Lucas Negrisoli
Publicado em 23 de abril de 2024 | 19:08
 
 
 
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Servidores, usuários e sindicalistas ligados ao Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) criticaram o projeto de lei 2.238 de 2024 que prevê mudanças na contribuição dos pensionistas. A discussão ocorreu durante audiência pública nesta terça-feira (23) na Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A proposta estará na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na próxima terça-feira. 

O projeto, de autoria do governo do Estado, pretende elevar o piso de contribuição dos beneficiários de R$ 33,05 para R$ 60 e o teto de R$ 275,15 para R$ 500, além de acabar com a isenção atual para filhos dos servidores menores de 21 anos, que passariam a contribuir com o piso caso o texto seja aprovado. Ainda, a proposta determina ampliação da faixa etária dos filhos para 38 anos e a criação de uma alíquota adicional de 1,2% para beneficiários com idade igual ou superior a 59 anos.  

Denise de Paula Romano, do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SIND-UTE/MG), declarou: “Precisamos impedir que o Ipsemg seja destruído e que nossas categorias fiquem sem assistência médica, odontológica, e com esse salário miserável que o Estado de Minas pratica aqui”.

“Esse projeto de lei é a antessala da destruição do Ipsemg”, afirmou Wallace Alves de Oliveira Silva, do Sindicato dos Servidores do Meio Ambiente e da Arsae. “Se o Ipsemg está sucateado, é porque nossos salários estão sucateados”, completou. 

Beatriz Cerqueira (PT), que requisitou a audiência pública, afirmou, durante o início da audiência, que teme a aprovação do texto na Casa. "Tem pautas que são tão ruins e tão inacreditáveis que não acreditamos que elas serão aprovadas. Acreditem, elas serão aprovadas”, diz.

Lucas Lasmar (Rede) criticou a ausência de reajuste inflacionário dos salários dos servidores e avaliou que, por isso, “o Ipsemg tem vivido a vida difícil que tem vivido”.

“O que temos tentado fazer na Assembleia é contenção de danos. Somos minoria. Hoje na CCJ conseguimos retirar o projeto de pauta, passamos para semana que vem, não perdemos nosso direito de vista e, claro, a obstrução. Vamos tentar reduzir esses valores, conseguir a isenção ao menos de 18 anos e postergar isso”, pontuou.  
 
André Luiz Moreira dos Anjos, presidente do Ipsemg, que estava na Casa representando também a Secretaria de Estado de Governo (Segov) e a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), apresentou a proposta do governo aos presentes e defendeu que não haverá, em momento algum, mudança no acesso aos serviços de saúde.

“A nossa proposta tem como regra não mudar o acesso. Se algum deputado identificar que não está claro voltamos com o texto e deixaremos isso claro, mas queremos mudar apenas o teto, a idade dos filhos dos beneficiários, e as alíquotas”, ponderou.  

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