Exclusivo: América detalha sistema de reconhecimento facial no Independência

O América estreia em casa no Campeonato Brasileiro Série B neste sábado (27), às 18h, contra o Novorizontino, em jogo válido pela 2ª rodada. Para além das quatro linhas, o Independência também receberá, pela primeira vez, catracas com a tecnologia de reconhecimento facial para o acesso ao estádio.

A implementação do sistema é uma adequação do Coelho aos requisitos da nova Lei Geral do Esporte, que determina o monitoramento biométrico em estádios com capacidade para mais de 20 mil pessoas até junho de 2025.

Os módulos de reconhecimento facial serão gradativamente instalados em todos os setores do estádio no decorrer dos próximos meses. Por enquanto, porém, serão utilizados apenas em quatro catracas no portão 4 do Independência, para sócios da categoria Onda Verde “Vip”.

O América não divulga quantas pessoas estão cadastradas na categoria "Vip", mas informa que esse setor do Horto, com entrada pelo portão 4, comporta 1.058 torcedores. 

Sobre a previsão para implementar a tecnologia em todos os 10 portões do estádio, o coordenador de operações de jogos do América, Lucas Sieiro, revelou a O TEMPO Sports que o clube alviverde pretende se antecipar, em seis meses, ao prazo final determinado pela Lei Geral do Esporte. O número de catracas em cada portão que vai receber o novo sistema ainda será definido. 

“A gente espera, até o final do ano, conseguir expandir o sistema para todos os sócios e os torcedores em geral. Nosso planejamento é partir para o portão 3, depois o 6 e, por último, o portão 10. Depois, vamos expandir para todas as outras entradas. A gente espera finalizar esse projeto em dezembro de 2024”, informou.

Como será o cadastro?

Segundo o América, será possível fazer o cadastro de reconhecimento facial de maneira remota pelo aplicativo Onda Verde, disponível nas lojas AppStore e GooglePlay. Será utilizada a plataforma ElevenTickets Imply para facilitar os cadastros faciais. 

Agilidade e segurança

O sistema de entrada em estádios por reconhecimento facial garante agilidade no acesso dos torcedores, mas também é um aparato de segurança.

"Essa tecnologia de última geração contribui para que os torcedores tenham uma experiência de acesso mais rápida e conveniente. É possível acessar somente com o rosto, sem precisar carregar mídias físicas ou cartões, e a validação acontece em menos de 1 segundo", explicou Tironi Paz Ortiz, CEO Fundador da Imply, empresa responsável pelo sistema. 

Em relação à segurança, com o reconhecimento facial, será possível identificar torcedores com mandados em aberto ou com alguma restrição judicial. O dispositivo é acionado no momento da leitura do ingresso. Caso o sistema identifique um torcedor procurado, a catraca eletrônica é bloqueada.

Essa é a proposta do projeto Estádio Seguro, instituído pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), em parceria com o Ministério dos Esportes (ME) e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que está em fase de implementação e funciona em forma de testes no Maracanã, no Rio de Janeiro, desde setembro do ano passado. 

Como vai funcionar?

O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), do governo federal, será o responsável por integrar os dados vindos dos torcedores pelo reconhecimento facial nos estádios aos sistemas de Justiça do governo federal. Segundo apurou O TEMPO Sports, essa integração com os sistemas dos governos estaduais não está prevista neste momento. 

É também o Serpro que vai coordenar o trabalho de monitoramento do torcedor infrator que decidir entrar para os estádios. Essa integração, porém, só está prevista para acontecer a partir do ano que vem, não só no Independência, mas em todos os outros estádios do Brasil.

“Inicialmente, o sistema de integração com o governo não vai acontecer, já que o projeto Estádio Seguro não está vigente. Porém, é de interesse do Governo, a partir de junho de 2025, que todas as catracas com reconhecimento facial façam uma comunicação instantânea com o Serpro para verificar as pessoas que tentem entrar no estádio com algum problema na Justiça ou tenham algum impedimento para entrar no estádio”, explicou Lucas Sieiro.

Projeto Estádio Seguro

Tem por objetivo levar mais segurança aos estádios por meio do aumento do monitoramento e cruzamento de dados dos torcedores, coibindo a prática de cambismo, entre outras medidas. 

Caberá ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e à CBF e suas entidades afiliadas que desejarem atuar nesta parceria – facultativa para as entidades –, estimular o intercâmbio de informações.

O Ministério da Justiça não vai repassar recursos federais para o projeto. O governo vai oferecer aos clubes auxílio técnico para a implantação e integração dos sistemas.