Contra terceirização
Centrais sindicais protestam e complicam trânsito no centro de BH
O grupo se reuniu na praça Afonso Arinos e saiu em marcha pela avenida Afonso Pena por volta das 17h30, em direção à praça Sete
Integrantes de centrais sindicais participaram de um ato contra o projeto de lei que regulamenta a terceirização na tarde desta sexta-feira (29), na região central de Belo Horizonte. Além da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Movimento Sem Terra (MST) e do Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), que convocaram a manifestação, participaram do protesto sindicatos como o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (SindUTE), o Sindicato do Trabalhadores em Telecomunicações de Minas Gerais (Sinttel) e o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios (Sintect). "Nossa principal reivindicação é a não aprovação da terceirização", afirmou a presidente da CUT-MG, Beatriz Cerqueira.
O grupo se reuniu na praça Afonso Arinos e saiu em marcha pela avenida Afonso Pena por volta das 17h30, em direção à praça Sete, no centro de Belo Horizonte. Eles chegaram ao destino pouco depois das 18h, onde discursaram. O trânsito na praça Sete ficou fechado por cerca de uma hora e teve que ser desviado.
De acordo com a Polícia Militar (PM), o número de presentes no protesto chegou a 1.000. Para os organizadores, no entanto, o ato reuniu aproximadamente 2.000 pessoas.
Contra a terceirização
"Na Prodabel, dos 600 programadores, 217 são terceirizados. O salário é pior, não tem as mesmas garantias de quem é contratado direto", disse o funcionário da Prodabel e membro do Sindados-MG, Vicente Trindade, que participou do ato.
Para o diretor do sindicato dos funcionários dos Correios, Pedro Paulo Pinheiro, o debate sobre a terceirização não está sendo feito da maneira correta. "A população não sabe o que o PL 4330, que já foi aprovado, e o PLC 30, que está no senado, significam", disse. "Praticamente metade dos funcionários dos Correios é terceirizado e a gente sabe como o tratamento, o salário, são diferentes", completou.
Os manifestantes também questionaram o ajuste fiscal e pediram a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. "Por que não se discute criar impostos sobre a riqueza? Quem está pagando este ajuste, mais uma vez, é a classe trabalhadora", disse o professor da rede estadual Giovani Luís, membro do SindUTE.
Dia de paralisações
Na parte da manhã, integrantes do MST fecharam o cruzamento das avenidas Afonso Pena e Amazonas no sentido bairro Mangabeiras. Em seguida, eles deslocaram para o Ministério da Fazenda e ocuparam o hall do prédio até pouco antes das 16h.
Em Contagem, metalúrgicos fecharam duas pistas da Cardeal Eugênio Pacelli, perto da Magnesita, no bairro Cidade Industrial, em Contagem. O protesto causou lentidão nas principais vias do bairro Cidade Industrial, como avenida Babita Camargos e avenida Amazonas.
Metrô parado
Com a falta de metrô, pontos de ônibus ficaram lotados na parte da manhã. Apesar da liminar concedida pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinando escala mínima de 50%, os trens não rodaram nesta sexta-feira.
De acordo com a presidente do Sindmetro, Alda dos Santos, o serviço deve ser retomado normalmente às 5h15 deste sábado. Sobre a liminar, Alda informou que o sindicato não foi oficialmente notificado da decisão.
Segundo a CBTU, em um dia útil de operação normal, 220 mil passageiros utilizam o metrô como meio de transporte.
Ônibus
Também houve paralisação nas estações Diamante, Barreiro, Vilarinho e Pampulha na parte da manhã. O serviço, no entanto, foi normalizado após quatro horas. De acordo com a BHTrans, o funcionamento das estações foi normal durante a volta para casa.
Greve Geral
A Greve Geral é contra o Projeto de Lei 4.330 — que pretende alterar as regras para a terceirização — e as Medidas Provisórias 664 e 665, aprovadas no início deste mês no Congresso Federal e que alteram alguns benefícios trabalhistas.
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