Rio Grande do Sul
Madrasta teria matado por dinheiro
Preso na segunda, pai de Bernardo negou nesta quarta participação no crime
Três Passos. A morte de Bernardo Uglione Boldrini, 11, pode ter sido motivada por questões econômicas, de acordo com a delegada responsável pelo caso, Caroline Bamberg Machado. A Polícia Civil de Três Passos, no Rio Grande do Sul, busca o motivo do crime para pedir a prisão preventiva dos suspeitos – o pai do menino, a madrasta e uma amiga deles. Atualmente, o trio está em prisão temporária, que tem prazo de 30 dias.
A informação da possível motivação econômica veio do advogado da família materna de Bernardo, Marlon Adriano Taborda. Ele disse à Polícia Civil que nos próximos dias estará concluído o inventário da mãe de Bernardo, Odilaine Uglione Boldrini, que teria cometido suicídio dentro da clínica do marido, Leandro Boldrini, há quatro anos.
Bernardo teria direito a parte dos bens da mãe e, quando o pai morresse, parte de seu patrimônio também. De acordo com o portal Zero Hora, essas questões, misturadas com fatores emocionais, poderiam ter motivado a madrasta de Bernardo, Graciele Ugolini, a assassinar o enteado. Outro ponto apurado pela polícia é o fato de que dias antes de cometer suicídio, a mãe de Bernardo teria fechado um acordo para se divorciar de Leandro. Ela receberia R$ 1,5 milhão mais uma pensão de R$ 10 mil mensais.
Nesta quarta, a Polícia Civil disse ter encontrado pá e cavadeira da casa da amiga da madrasta. Eles vão comparar a amostra de terra do local onde o menino foi enterrado a terra achada no carro da madrasta e a resíduo achado na pá.
Ainda nesta quarta, o pai do garoto disse ser inocente e estar disposto a lutar para provar que não teve participação no crime, segundo Andrigo Rebelato, que, além de advogado, é primo de Leandro e assumiu provisoriamente o caso.
ENTERRO. Um clima de comoção e revolta marcou o enterro de Bernardo na manhã desta quarta, no cemitério ecumênico em Santa Maria (RS). Cerca de cem pessoas acompanharam a cerimônia.
A maioria dos presentes no enterro chorava. Bastante emocionada, a madrinha do menino, Clarissa Oliveira, foi a última a deixar o jazigo. A avó materna de Bernardo, Jussara Uglione, disse que a morte do garoto “não pode ficar impune”. “Justiça, não me deixe desamparada.”
Cronologia dos fatos
4 de abril. Pai diz que menino foi passar fim de semana com amigos. Ainda, polícia rodoviária multou madrasta por excesso de velocidade. Garoto estava no carro.
5 de abril. Pai e madrasta vão a festa.
6 de abril. Pai comunica sumiço do garoto.
14 de abril. Encontrado corpo do menino.
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