As dificuldades financeiras da BWA, que administra o Independência, continuam levantando polêmica. Nesta quinta-feira, Alencar da Silveira Júnior, um dos presidentes do conselho de administração do América, rebateu a informação do diretor-presidente da gestora, Bruno Balsimelli, de que é o clube que deve à empresa.
Na última semana, o dirigente americano disse que a BWA estuda devolver a gestão do estádio ao governo do Estado, que arcou com os custos da reforma da arena – de propriedade do Coelho – e o entregou à iniciativa privada.
Na quarta-feira, Balsimelli confirmou que a empresa não está depositando os 2,5% da arrecadação prevista em contrato nas contas do América porque o clube não vem pagando pelos custos operacionais do estádio em dias de jogos. Segundo ele, em partidas diurnas, as despesas chegam a R$ 22.500 e, nos jogos noturno, a R$ 28.500.
Alencar afirmou que os números não são esses. “Ele falou mentira, faltou com a verdade. É só olhar as contas. Ele deve R$ 125 mil por mês para o América, tem quatro meses que ele não paga e está inteirando o quinto. São 625 mil. Eu pago por jogo R$ 8 mil e todas as despesas. Não é ele que paga, é o América. Desde janeiro até agora ele não acertou nada e eu joguei nove vezes, então eu devo R$ 72 mil. Então, quem deve para quem? Foi uma inverdade do amigo Bruno”, afirmou o dirigente.
Na quarta-feira, a BWA se reuniu com diferentes pastas do governo mineiro para discutir a situação financeira. Segundo o balancete, referente aos quatro primeiros anos de gestão, a Arena Independência acumula prejuízos de cerca de R$ 8 milhões. O Estado investiu cerca de R$ 150 milhões na reforma do estádio, inaugurado em 2012.
Se não houver uma solução para o impasse, Alencar já admite que o clube tem condições de administrar a arena por conta própria.
“Nós pegamos o estádio emergencialmente. O Independência hoje não fecha, porque nós temos a necessidade. Se eles entregarem o estádio, eu pego para administrar até que se licite. O América toca o estádio e abre espaço para o Atlético jogar”, avisou.
A reportagem procurou a Secretaria de Estado de Esportes, que ainda não se pronunciou sobre a situação.