Alguns preferem o Independência, outros, o Mineirão. Não há um consenso entre os torcedores, nem mesmo uma fórmula matemática entre os membros da diretoria para definir qual deve ser o estádio do Atlético na próxima partida. A única coisa certa é que o veredicto se dará jogo a jogo, mediante critérios técnicos, financeiros e até subjetivos, não necessariamente nessa ordem (veja ao lado alguns pontos levados em consideração).
Essa tem sido a tendência e, mesmo que alimente muita discussão, a postura deve se repetir ao longo da temporada. Para o jogo de volta das oitavas de final da Copa Libertadores, contra o Racing-ARG, por exemplo, o Atlético esperou o apito final da primeira partida, na quarta-feira, para anunciar o Horto. O motivo: aguardar possíveis cenários. O Galo precisaria inverter desvantagem ou teria vida fácil? A decisão foi tomada mediante o placar de 0 a 0.
Um dia antes, no entanto, o Mineirão tinha sido confirmado como o local da partida na finalíssima do Campeonato Mineiro, contra o América, dia 8 – mesmo sem saber o resultado do primeiro duelo, que acontece no Independência, no próximo domingo, com mando do Coelho.
Homem da última palavra, o presidente do Atlético, Daniel Nepomuceno, tem tentado agradar a todos. “Vamos jogar a final do Mineiro no Mineirão. A pressão no Independência é importante e já estava marcado lá (o Atlético informou à Conmebol que o Independência é a primeira opção de mando de jogo e o Mineiro, a segunda). Vamos jogar lá, passando (de fase) a gente decide (o estádio)”, explicou o dirigente alvinegro à rádio Inconfidência.
Opinião. Entre os jogadores do Atlético, não há unanimidade sobre o melhor estádio. “Prefiro o Mineirão. São 60 mil apoiando, um caldeirão que a gente consegue fazer lá”, afirmou o lateral Marcos Rocha ao SporTV. “Eu acho que pode ser melhor jogar no Independência, pois a torcida fica mais perto da gente, sentimos mais o calor dela”, ressaltou o lateral-esquerdo Douglas Santos, no desembarque, nesta quinta.
O técnico Diego Aguirre já avisou que não dá palpite na escolha. Ele deixa a decisão para a diretoria. “Não foi opção minha (jogar no Independência). Para mim está tudo bem, o que o presidente decidir, não temos problema”, destacou.
Sem vaia
Apoio. Os torcedores que compareceram nesta quinta no desembarque do Galo pediram para ninguém vaiar a equipe durante os jogos, fato que vem sendo feito por parte da Massa alvinegra.
Torcida faz recepção ao time
A delegação do Atlético desembarcou nesta quinta no aeroporto de Confins depois de empatar sem gols com o Racing-ARG, na Argentina, e logo conseguiu ouvir os gritos de apoio dos cerca de 70 torcedores atleticanos que foram ao local mostrar que estão ao lado da equipe alvinegra em todos os momentos, principalmente nas grandes decisões.
“Viemos demonstrar nosso apoio. Desde o início do ano acompanhamos o trabalho da diretoria do clube, acreditamos que o trabalho foi bem feito, acreditamos nesse grupo e viemos aqui para mostrar que estamos fechados com eles. O resultado lá foi bom, nós acreditamos e vamos apoiar aqui no Horto”, disse João Paulo, diretor da torcida organizada Galoucura.
Pouco a pouco, os jogadores foram se dirigindo ao saguão de desembarque, sendo rapidamente engolfados pelos torcedores que vinham com pedidos de fotos. Os atletas aprovaram a recepção e esperam corresponder à altura em campo. “Tem que apoiar nos momentos bons e ruins, pois é o que nos fortalece e nos faz seguir em frente”, disse o capitão Leonardo Silva.
Outro a aprovar a festa de apoio da torcida foi o presidente Daniel Nepomuceno. O cartola, porém, ressalta que a equipe deve se concentrar para o jogo de domingo contra o América, pela final do Mineiro. “Sempre espetacular, mas temos que colocar os pés no chão, pois temos um jogo difícil agora, que é uma final, depois vamos pegar o Racing. É importante concentrar no Mineiro. Vamos mostrar que a nossa torcida é grande assim mesmo”, destacou Nepomuceno.
Jogadores respondem provocação
A experiência do goleiro Sebastián Saja, 36, do Racing-ARG, o faz puxar o discurso motivacional no vestiário do time de Avellaneda. Antes de a bola rolar no estádio El Cilindro, quarta-feira, contra o Atlético, o jogador pegou a palavra e buscou pilhar seus companheiros, dizendo, de um jeito singular, que brasileiros não conseguem atuar em solo argentino.
“São brasileiros, se borram. Não deixemos eles crescerem. Vamos mostrar como se joga o futebol na Argentina e no campo do Racing. Se não mostrarmos, eles crescem. Então, não vamos deixar que cresçam. Metamos a porrada neles futebolisticamente”, disse Saja, em imagens capturadas pelo canal Fox Sports. O Racing até aplicou certa pressão, mas o Galo equilibrou o confronto e poderia até ter vencido. O jogo terminou 0 a 0.
Resposta. Nesta quinta, no desembarque da delegação, em Confins, os jogadores do Galo responderam. “Quem tem boca fala o que quer. Aqui eles vão sentir a pressão da nossa torcida”, destacou Rafael Carioca.
O presidente Daniel Nepomuceno lembrou que as imagens servem apenas para incendiar o lado alvinegro. “Não cheguei a ver o vídeo, mas o pessoal comentou comigo. Tudo que vaza no vestiário é ruim para o outro lado. Eles vão jogar no Independência ainda, pode deixar”, afirmou.