Falar de rivalidade no futebol brasileiro e não citar o embate entre Cruzeiro e Atlético está fora da realidade esportiva, um jogo de extrema grandeza que pode ser comparado aos maiores fenômenos do planeta terra. Por colocar frente a frente duas potências, o clássico entre Raposa e Galo, realizado neste domingo, assemelhou-se a um terremoto e sacudiu todos os cantos de Minas Gerais. E o epicentro desse tremor aconteceu no Mineirão. E, diferentemente de outras partidas desta temporada entre os arquirrivais, o encontro válido pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro registrou uma avalanche de gols.
Se de gol é o que o torcedor gosta, foram cinco no jogo, três a favor do Galo, que, como um furacão impetuoso, destruiu o sistema defensivo adversário, e dois da Raposa, que levou o golpe de misericórdia no fim. O placar de 3 a 2 foi escrito por Carlos (2), o herói da tarde, e Diego Tardelli para o alvinegro, com Ricardo Goulart e Alisson marcando para os celestes.
Com o Mineirão parecendo um grande vulcão, o que se viu foi uma ebulição de emoções de ambos os lados das torcidas, mesmo com os cruzeirenses dominando mais os espaços, já que eram os mandantes do jogo e tinham 90% da carga de ingressos à disposição. E nem por isso os atleticanos deixaram de enfumaçar o caldeirão, principalmente quando o time tinha o placar amplamente favorável na primeira etapa. Os ânimos se exaltaram tanto que o árbitro Marcelo de Lima Henrique precisou paralisar a partida por causa de vários artefatos explosivos que estouraram nas arquibancadas, além de sinalizadores que foram acesos pela torcida atleticana.
“Só estava faltando acertar o último passe. Em dois contra-ataques conseguimos fazer o gol”, disse Diego Tardelli na saída para o intervalo. Enquanto o atleticano dava suas explicações, o artilheiro da Raposa mantinha o discurso ofensivo afiado: “Temos potencial para virar o jogo no segundo tempo”, falava Ricardo Goulart.
A Raposa até esteve perto mesmo de vencer o confronto, mas parou na trave alvinegra. E como um veterano, o garoto Carlos foi quem colocou números finais no jogo: 3 a 2 para o Galo, que impôs a primeira derrota cruzeirense no Gigante da Pampulha em 2014.