O Mineirinho tem um lugar reservado na memória do voleibol nacional. O local foi palco de vários capítulos relevantes pertencentes a uma extensa enciclopédia, cujas últimas páginas incluem as conquistas das Superligas 2013/14 e 2014/15 pelo Sada Cruzeiro. Na sexta-feira e no domingo, novas histórias serão escritas. Naquele que é considerado um dos maiores templos do esporte no Brasil, a seleção inicia mais uma tentativa pelo decacampeonato da Liga Mundial, contra a Sérvia.
A perseguição da “décima” começou em 2011. Mas, depois de angariar sua nona conquista no torneio em 2010, tornando-se, assim, o maior vencedor da história do certame, o time verde e amarelo passou quatro edições sem a medalha de ouro, sendo que em três oportunidades ficou com a prata (2011, 2013 e 2014). Quem sabe Belo Horizonte, a energia do povo mineiro e os sonhos que rondam o imaginário de cada atleta em disputar as próximas Olimpíadas não sejam o tempero que falta para abocanhar mais um troféu de campeão?
Sobram elementos que elegem o Brasil como um dos favoritos a ocupar o lugar mais alto do pódio. Um deles é o elenco recheado de estrelas, como os levantadores William e Bruninho, o oposto Wallace, o ponteiro Lucarelli, entre tantos outros. O retorno do experiente líbero Serginho, um dos monstros do voleibol, aumenta o entusiasmo do plantel.
Outro ponto que pode pesar a favor dos brasucas é o fator casa. Por ser o país-sede na fase final da competição, o Brasil já tem garantida uma das seis vagas na etapa decisiva. Isso pode beneficiar o time durante a disputa do grupo A, pois dá a liberdade de a comissão técnica testar várias alternativas de jogo e dar chance a vários jogadores, inclusive os menos cotados a serem titulares.
Por já estar classificada, a equipe tende a atuar sem muita pressão nos duelos ante Sérvia, Itália e Austrália, os primeiros adversários na Liga. Isso não quer dizer que a seleção brasileira entrará relaxada nesse grupo A. Muito pelo contrário. Trata-se de uma etapa importante de um planejamento que visa às Olimpíadas.
“Vamos jogar a Liga Mundial, que é o nosso grande objetivo do ano, e depois vamos fazer amistosos contra EUA e França, dois grandes adversários. Tentaremos trazer e confirmar alguns convidados em setembro em torneios no Brasil a fim de testar jogadores que estão aqui (na seleção principal) e alguns que estarão na equipe mais jovem representando o Brasil no Pan-Americano”, destacou o técnico Bernardinho.
Regulamento
Como funciona. A primeira divisão da Liga Mundial é composta por dois grupos com quatro equipes cada. As seleções se enfrentam em turno e returno. Além do Brasil, país-sede da fase final, dois times do grupo A e dois do B avançam à etapa decisiva. O último dos seis representantes da fase final sairá de uma disputa envolvendo os melhores das chaves C, D e E, que compõem o segundo escalão.
Com presença de Murilo, seleção faz últimos ajustes para estreia no torneio
Maior ausência no treinamento de quarta-feira no Mineirinho, o ponteiro Murilo marcou presença nas atividades dessa quinta-feira no ginásio. Após ser acometido por uma gripe, o atleta participou normalmente dos trabalhos e se coloca à disposição do segundo embate contra a Sérvia, no domingo.
Na realidade, Murilo desfalcará a seleção brasileira nesta sexta-feira, na estreia na competição, por conta da suspensão de um jogo imposta pela Federação Internacional de Voleibol (FIVB). Nada que seja capaz de tirar o bom humor do atleta brasileiro.
“Já superei isso”, disse ele, entre risos. “A punição já foi dada, e irei cumpri-la amanhã (sexta-feira), mas passa rapidamente. O bom é que estarei no segundo jogo. Vejo isso como um ponto positivo”, afirmou Murilo.
Assim como na quarta-feira, Bernardinho testou vários jogadores na equipe, sinalizando que deve utilizar formações titulares distintas nas duas primeiras partidas diante da Sérvia.
“Ele (Bernardinho) comentou que, como estamos classificados para a fase final, haverá bastante trocas nesses primeiros fins de semana. E, a partir dos últimos fins de semana, ter uma base mais entrosada”, ressaltou o central Éder.
