Após duas derrotas, o Brasil bateu o Japão por 79 a 56, na manhã desta terça-feira, em Ancara, na Turquia, e assegurou sua classificação à fase decisiva do Mundial de basquete feminino. Mesmo apresentando alguns momentos de instabilidade, a equipe mostrou amadurecimento e soube controlar os ânimos nas horas decisivas para vencer sua primeira partida no torneio internacional. O destaque individual do compromisso foi a ala Patrícia, cestinha absoluta com 27 pontos. Outro ponto positivo foi a atuação da pivô Érika, com um duplo-duplo (10 pontos e 11 rebotes).
Na fase mata-mata do Mundial, a seleção brasileira terá como rival a França, que venceu o Canadá, também nesta terça-feira, por 63 a 59. E não vai ter tempo de descanso. Após jogar a 'vida' com as japonesas, as meninas brasileiras já enfrentarão as rivais europeias, atuais vice-campeãs olímpicas, nesta quarta-feira, às 13h (de Brasília), em Ancara. Após quatro encontros em Mundiais, Brasil e França estão empatados em vitórias, sendo que o último triunfo, conquistado em 2002, foi verde e amarelo.
Os demais confrontos da primeira fase eliminatória do Mundial são: República Checa x Canadá, Bielo-Rússia x China e Cuba x Sérvia. Espanha, Austrália, Turquia e EUA, primeiras colocadas de suas chaves, estão classificadas diretamente às quartas de final. Se avançar, o Brasil terá pela frente exatamente as norte-americanas.
O jogo
A seleção brasileira iniciou a partida novamente de uma maneira bem nervosa. No entanto, a instabilidade logo foi contida e a equipe passou a dominar as ações diante das japonesas, que não conseguiam evitar o jogo de transição, além do bom trabalho das pivôs brasileiras, principalmente a experiente Érika.
Jogando solto, o Brasil apertou a marcação e foi abrindo frente no marcador. Em um determinado momento, o placar mostrava 20 pontos de frente. Porém, no segundo quarto, o Japão plantou uma defesa por zona que complicou o trabalho ofensivo brasileiro. Mais uma vez nervosas em quadra, as meninas comandadas pelo técnico Luiz Augusto Zanon viram as rivais cortar a diferença para apenas 10 pontos. A ida para o intervalo foi providencial.
No entanto, a conversa no vestiário e a mensagem de tranquilidade parece não ter surtido um efeito imediato. Contando com atuações inspiradas de Tokashiki, Mamiya e os bons passes de Kudeken, o Japão veio de uma vez por todas para a partida e conseguiu reduzir a desvantagem para apenas quatro pontos. Foi preciso parar o jogo, uma chamada de atenção que corrigiu os erros e deu fim ao apagão brasileiro.
Foi aí que brilhou a estrela da ala Patrícia, que com bolas certeiras recolocou a seleção verde e amarela no eixo. O Brasil retomou as rédeas e foi para o último quarto com 15 pontos de frente (60 a 45). No derradeiro ato do duelo, o monólogo brasileiro se manteve e Patricia continuou a desfilar toda a sua técnica. Uma performance memorável que a ala da seleção jamais irá esquecer.
"Foi um jogo bem coletivo, todas ajudaram, e o grupo ajudou a mim. Foi um jogo de vida ou vida como disse o Zanon, cada detalhe era importante, buscamos o melhor e saímos com a vitória. Hoje eu entrei para ajudar o grupo, a gente pensou na defesa, mas graças a Deus as bolas caíram e eu consegui ajudar", afirmou a jogadora brasileira.
(última atualização às 17h)