Viradas que entraram para a história do futebol brasileiro e mundial são rotineiras no esporte. A mais recente foi a vitória do Barcelona sobre o PSG, por 6 a 1, que eliminou o time francês na Liga dos Campeões, em resultado que deixou o mundo perplexo. Nesta noite, no Mineirão, a vantagem de 2 a 0 do Cruzeiro sobre o São Paulo, pela quarta fase da Copa do Brasil, é menor, mas também bem expressiva. Para evitar ser surpreendido em casa, o elenco celeste traça a estratégia que precisará ter em campo diante do seu torcedor, no Mineirão, a partir das 19h30.
Na partida de ida, no Morumbi, na semana passada, o técnico Mano Menezes optou por armar o time de forma mais defensiva, dando a posse de bola para o São Paulo, mas levando perigo no contra-ataque. E a tática surtiu efeito: a Raposa venceu o duelo, mostrando grande força defensiva. Tal vantagem faz com que o tricolor paulista precise fazer pelo menos 3 a 0 ou diferença de dois gols, a partir de 3 a 1, para ficar com a vaga nas oitavas de final.
Atuando agora em casa, com a pressão da torcida, que espera uma atuação convincente, mas em vantagem de poder perder por 1 a 0 para se classificar, o Cruzeiro faz mistério sobre a sua tática para o duelo. Mano Menezes fechou o treino tático da tarde dessa terça-feira (18), na Toca da Raposa II, tudo para não dar mostras ao técnico Rogério Ceni.
Os jogadores, por sua vez, acreditam que o Cruzeiro atuará mais ofensivamente. “Acho que a gente tem que atacar o São Paulo, tem que atacar pra fazer um gol, pra aumentar ainda mais a vantagem. Óbvio que eles vão sair pra cima, mas estamos jogando em casa também. Então eles vão ter que vir atacar, mas com cuidado porque a gente tem um contra-ataque muito rápido, muito forte. Não vamos ficar só esperando, vamos agredir o São Paulo também”, disse o meia-atacante Thiago Neves, uma das principais armas da Raposa para conseguir um bom rendimento ofensivo.
O “poder de fogo” do Cruzeiro quando joga no Mineirão dá pistas do caminho que o time seguirá diante do São Paulo. Foram 23 gols marcados como mandante em 2017. Em todos os nove jogos no Gigante da Pampulha a Raposa deixou o gramado tendo balançado as redes.
O goleiro Rafael afasta um clima de tranquilidade na Raposa. “Fizemos uma boa vantagem, mas é pequena na Copa do Brasil, que são 180 minutos. A vantagem é bacana, mas temos que usufruir dela no final”, destacou.
Atenção redobrada
“Acho que todo mundo tem a consciência que vai ser um jogo difícil. É a hora de ter a experiência dentro do campo, segurar um pouco a bola, ganhar um tempinho a mais, e conversar também, tem vários jogadores aqui que já ganharam muitas coisas no futebol.”
Thiago Neves
Meia do Cruzeiro
Retrospecto positivo está do lado celeste
Fazer três gols no Cruzeiro para ficar com a classificação direta ou dois para levar para os pênaltis não será tarefa fácil para o São Paulo. Os números mostram que, em 2017, a defesa celeste não vem tomando muitos gols.
Em 21 jogos nesta temporada, o Cruzeiro só levou dois gols em um mesmo jogo em uma única oportunidade, diante do Uberlândia fora de casa, pelo Campeonato Mineiro. Mas, na ocasião, o ataque da Raposa marcou dois tentos, placar que hoje já seria suficiente para garantir a classificação azul.
“Nós, que estamos aqui trabalhando e que vivenciamos futebol a vida inteira, sabemos que é um jogo imprevisível e que surpresas acontecem. O São Paulo é um grande time, é um grande clássico, sempre bem disputado. Temos que entrar com 100% de atenção e buscar a vitória o tempo inteiro. O São Paulo vai imprimir um ritmo muito forte”, disse o goleiro Rafael.
Em campo, logo mais, o Cruzeiro não defenderá apenas a vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil, como tentará manter a invencibilidade neste ano. O clube venceu 17 jogos e empatou quatro. (BL)
Raio X
79 jogos disputou a Raposa contra o tricolor paulista
20 vitórias soma o clube celeste diante do tradicional rival
38 triunfos conquistou o São Paulo contra o Cruzeiro