Mais do que a preocupação com a possibilidade de perder 21 pontos e cair para a zona de rebaixamento da Série B, o torcedor americano tem se perguntado nos últimos dias de quem foi a responsabilidade pela contratação do lateral-esquerdo Eduardo, que não tinha condições legais de defender a equipe na competição nacional de acesso. A diretoria americana já teve a oportunidade de esclarecer o assunto, mas ainda não o fez, o que acabou gerando várias especulações sobre o culpado pelo problema.
Entre os torcedores americanos há quem acredite que o erro no registro do atleta foi culpa do superintendente geral, Alexandre Faria. Mas há também quem atribua responsabilidade ao Conselho de Administração do América. Formado por nove integrantes – Afonso Celso Raso, Alencar da Silveira, Francisco Santiago, José Flávio Lanna Drumond, Magnus Lívio, Marcus Salum, Olímpio Naves, Paulo Lasmar e Teodomiro Braga – o conselho é quem dá a última palavra de tudo que acontece dentro da instituição mineira.
Até 2008, o América adotava o regime presidencialista. Antônio Baltazar foi o último presidente do clube, que a partir de 2009 passou a ser gerido pelo Conselho Administrativo. Nos últimos anos, esses conselheiros foram responsáveis por promover várias mudanças dentro do clube, como aumento de algumas receitas, novos patrocínios, melhorias no patrimônio e no centro de treinamento.
“A forma de administração do conselho é boa, mas ainda necessita de alguns ajustes. Eu, particularmente, prefiro o presidencialismo, mas o Conselho foi constituído em um momento difícil para o clube e vem dando certo”, afirmou o conselheiro Afonso Celso Raso, que também é o responsável legal, ao lado de Marcus Salum, pelas tomadas de decisões do clube. “São pensamentos diferentes, e às vezes chegar a um consenso deixa algumas decisões mais difíceis. Mas todos colocam o clube acima de seus interesses pessoais”, declarou o dirigente.
Sobre o caso envolvendo o lateral-esquerdo Eduardo, Afonso Celso Raso declarou que ele está entregue ao departamento jurídico e que não vai ficar comentando o assunto. “A dificuldade maior em um clube igual ao América é que de nada adianta o bom trabalho feito pela administração do clube se o time profissional for mal. A gente acaba pagando esse preço”, destacou o dirigente.
Opinião
Enfraquecimento. No América há quem justifique que essa decisão de não apontar e punir um culpado teria sido tomada como forma de evitar um enfraquecimento na posição do clube diante do julgamento do STJD.