O primeiro jogo da Superliga masculina de vôlei, curiosamente, não faz parte da primeira rodada. O fato se repete, assim como nos últimos anos e mostra uma dificuldade da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) no momento de organizar a tabela. Mas, sem querer se preocupar com a qual rodada se refere, Minas Tênis Clube e UFJF entram em quadra, neste sábado, ás 17h, na Arena Minas, em Belo Horizonte, para começar o maior torneio do país com o pé direito.
Não bastando os dois times se conhecerem bem, eles já se enfrentaram três vezes neste começo de temporada - todos os jogos pelo Campeonato Mineiro -, em encontros que terminaram com vitórias do Minas.
"Eles sabem dos nossos pontos fortes, assim como nós conhecemos os deles. Se conseguirmos colocar em prática o que o Nery tem nos passado, teremos boas chances de sair com a vitória. O objetivo inicial é jogar bem, estar concentrado e errar o menos possível. Vencer será uma consequência disso", analisa o central Otávio, um dos remanescentes do último ano.
Apesar da equipe não contar com um patrocinador e ter um elenco modesto, se comparado com o do ano passado, as pretensões continuam altas, por um único motivo. "Estamos defendendo um dos maiores clubes do país. Algumas pessoas podem pensar que nosso objetivo é menor, mas temos como obrigação jogar bem e chegar nos play-offs para, depois, alcançar degraus ainda mais altos", afirma.
Para o time do interior, resta tentar incomodar e beliscar um resultado positivo. Mesmo com o saldo negativo diante do clube da Rua da Bahia, o técnico Chiquita vê os três pontos como algo alcançável. "Estamos evoluindo, apesar de ainda não estar com o elenco completo. Agora vamos usar os jogos para aumentar o entrosamento dentro de quadra. A tendência é melhorar a cada partida. Já estamos em um bom patamar, mas podemos ir além. Temos potencial para incomodar times de alto nível", projeta o treinador.
Experiência válida. Recentemente, a UFJF participou de duas competições na Argentina, onde fez embates equilibrados contra os donos da casa. "Foram partidas que nos apresentaram muitas dificuldades e nós soubemos sair de situações adversas. Estes torneios foram divisores de água no nosso crescimento. Voltamos com outra maturidade, foi uma pena não poder ter contado com todos os jogadores. Fomos sem quatro titulares, mas que substituiu, aproveitou bem a oportunidade", mostra.
Mineiro ainda não foi esquecido. Por mais que afirma que o Estadual são águas passadas, Chiquita ainda não esconde a inconformação com o ocorrido. Faltando poucas horas para as semifinais, as datas e horários foram trocados pela Federação Mineira, que viu a TV Alterosa desistir das transmissões dos jogos que valiam vaga na final.
"O regulamento diz uma coisa e fizeram outra. Não poderiam realizar alterações de antes 72 horas e mudaram em 48h, um absurdo. Ainda bem que acabou e agora estamos na Superliga, um torneio com outra estrutura e organização. Mineiro, só ano que vem. Tivemos que mudar nosso planejamento por conta disso, tínhamos muitas coisas e pessoas envovidas. Avisaram de última hora, um desrespeito total", protesta.
Depois de ver sua equipe ficar em quarto lugar na fase de classificação, Chiquita teve que se contentar com as alterações. "Queria ver se tivéssemos ficado em primeiro lugar. Tenho certeza de que os outros times não aceitariam essa mudança tão facilmente, como aconteceu. Que regulamento é esse? Temos licitações para transporte e hospedagem, nosso trabalho de uma semana inteira foi comprometido. Foi muito estranho e já falei tudo que tinha pra falar com o responsável", completa.