NA CAPITAL FEDERAL
Novos caras pintadas saem às ruas e apoiam Brasil na Copa do Mundo
Brasileiros colorem os arredores do Mané Garrincha de verde e amarelo e exaltam seleção no Mundial 2014
BRASÍLIA. Os mais velhos se recordam bem do movimento “Caras Pintadas”, que teve início na década de 1990, e pregava o ideal de mudanças políticas no Brasil. Naquela época, o cunho político caminhava sozinho e, mesmo assim, a força popular conseguiu tirar um presidente do poder.
Quase 22 anos depois, uma nova geração de caras pintadas volta a ganhar notoriedade no cenário brasileiro. O lado político mais uma vez mostra força, mas, diferentemente de 1992, agora vem acompanhado de uma imensa força motriz nacional: o futebol.
No dia em que o Brasil fez o seu primeiro jogo de Copa do Mundo na capital Brasília, a população, sem esquecer dos problemas do país, abraçou o time de Luiz Felipe Scolari, que sonha com o hexacampeonato.
"Esse clima de Copa é muito interessante. Apesar da situação política do Brasil, das manifestações, o brasileiro entrou no ritmo do Mundial. Está super gostoso viver isso e estou muito feliz por poder participar desse evento. Não é sempre que teremos uma competição desse nível no país. O futebol é religião do povo brasileiro e, acima de tudo, mesmo com os problemas, une todos em um único ideal”, disse o estudante Caio Augusto Lebeis, de 16 anos.
Com o título de eleitor em mãos, Caio Augusto votará pela primeira vez. O jovem não era nascido quando os “Caras Pintadas” protestaram por melhorias no Brasil em 1992. No entanto, sabe de suas responsabilidades no próximo pleito eleitoral, mesmo com a euforia da Copa.
“Vou votar e protestar nas urnas. Tirei o título de eleitor para isso e espero dar a minha contribuição ao país. Sonho, claro, com um Brasil melhor. Assim como todos querem um lugar mais justo para se viver. No entanto, eu quero é fazer festa no estádio. Não acho que o futebol esconde os problemas. Mas, também não acho que ele é o problema da nação. No estádio vou me divertir”, concluiu.
Acompanhado do pai, orgulhoso pelo discurso firme de uma pessoa tão jovem,
Caio também tinha ao seu lado o irmão Guilherme Lebeis, 14. Enrolado em uma bandeira do Brasil, o garoto mostrava fisionomia parecida a de um craque brasileiro.
“É um elogio falar que eu pareço o Oscar, grande jogador. Baita elogio. Muita gente fantasiada, se divertindo e pintando o rosto nesta Copa. Então, a minha fantasia é mais real”, brincou, também falando da alegria pelo Mundial ser realizado em seu país.
“É um momento gostoso, você se sente feliz e acolhido por todo o povo brasileiro. O estádio Nacional, muito criticado pelo alto custo, ficará como um legado para Brasília e para o Brasil. Ficou espetacular. Festa no Brasil é diferente, impossível não curtir. Misturando esse clima de Copa, então, fantástico. Que o Brasil pinte o rosto novamente, seja no esporte ou na política, para mudarmos nossa situação para melhor”, disse.
Além da dupla afiada de irmãos, o que se viu nos arredores do Mané Garricha foi uma explosão de alegria e personagens caricatos muito engraçados.