Thiago Larghi e Enderson Moreira. Os técnicos de Atlético e América, que nesta quinta-feira (22) fazem o primeiro jogo da semifinal do Campeonato Mineiro, às 20h, na Arena Independência, sintetizam os extremos da profissão no futebol brasileiro. O primeiro é interino, não sabe se será efetivado ou se ficará na função até que um comandante mais experiente seja contratado. O segundo é um dos treinadores mais longevos do país entre as equipes de Séries A e B, estando no comando do Coelho desde 21 de julho de 2016.
O contraste chama a atenção de Larghi, que elogia o colega de trabalho e a postura da diretoria americana. “Dou os parabéns a ele (Enderson) e ao América, que mantém um técnico assim. Isso é importante para a qualidade do jogo, importante para ter um desempenho melhor, um jogo mais atrativo, que agrade ao público”, ressaltou o técnico atleticano.
Larghi chegou ao Atlético em setembro do ano passado para fazer parte da comissão técnica de Oswaldo de Oliveira. Após a demissão do treinador, a diretoria do Galo não conseguiu buscar um nome no mercado e acabou dando chance a Larghi interinamente. Já são dez partidas, sete pelo Estadual, levando o time à semifinal, e três pela Copa do Brasil, avançando com o time até a quarta fase.
Mesmo com dificuldades, o interino conseguiu dar uma cara diferente ao Atlético. Ele, no entanto, prefere não falar em efetivação. “Com toda a franqueza, eu respondo que o foco é passar pelo América. É o treino de hoje, o jogo de amanhã. Fazer um exercício de futuro é muito difícil. Não estou pensando nisso. O meu objetivo é exercer essa função de técnico interino, defendendo as cores do clube e conseguindo os resultados”, ponderou.
Convicções. No Coelho, Enderson Moreira tem o apoio da torcida e a confiança da diretoria. Ele chegou a recusar convite para assumir outras equipes. O treinador chegou ao alviverde com a missão de tentar evitar o rebaixamento para a Série B em 2016, o que não aconteceu. Mesmo sem conseguir alcançar seu objetivo, o treinador teve o contrato renovado na temporada passada e, com tempo para implantar seu estilo de trabalho, conseguiu levar o Coelho à conquista da Série B do Campeonato Brasileiro e o acesso à Série A.
Sobre a condição de Larghi no Atlético, Enderson lembrou que já esteve em situação semelhante no início de carreira. “Já tive função parecida com a do Thiago Larghi em 2011, no Fluminense, segurando lugar para o Abel Braga. A responsabilidade do interino é menor e você pode experimentar mais. Quando se é efetivado, a responsabilidade cresce”, destacou o comandante americano.
Treinador não revela formação do setor ofensivo
O técnico Thiago Larghi não revelou a equipe que entra em campo nesta quinta-feira (22) à noite. O treinador não tem problema de lesão ou suspensão, mas há uma indefinição no setor ofensivo. Otero, que vinha sendo o titular, não começou contra a URT, no último domingo, por não ter treinado devido a um procedimento estético no nariz, mas pode retornar à equipe, restando saber no lugar de quem. Contra a equipe de Patos de Minas, o setor ofensivo foi formado por Luan, Cazares, Erik e Ricardo Oliveira. Luan, aliás, ganhou a posição de Róger Guedes. O treino dessa quarta-feira (21) foi fechado à imprensa. (TN)
Retrospecto recente não preocupa técnico alviverde
O recente retrospecto do América nos clássicos contra o Atlético não é motivo de preocupação do técnico Enderson Moreira para os jogos decisivos da semifinal do Campeonato Mineiro. “Nestes clássicos especificamente, a gente nem precisa ganhar do Atlético para ir à final. Mas é claro que vamos fazer nosso melhor para conseguir sair de campo com a vitória”, afirmou o comandante alviverde.
Sobre a vantagem de jogar por dois empates ou uma vitória e uma derrota pelo mesmo placar para se garantir na decisão do Estadual, Enderson destacou que o time só deve pensar nessa possibilidade quando estiver acabando o segundo jogo. “Se a combinação de resultados estiver sendo favorável, aí podemos pensar em utilizar essa vantagem”, disse o treinador.
Enderson Moreira destacou que o sucesso do América, que terminou a fase classificatória do Estadual com a segunda melhor campanha, deve-se à força do elenco. “Atacar e defender é questão de ter a posse de bola. E nosso time faz isso muito bem. Por isso, conseguimos essa campanha, e esperamos poder superar o Atlético e chegar à decisão do Mineiro”, avaliou.
Arbitragem. Perguntado sobre a escolha de Igor Júnio Benevenuto para apitar o primeiro clássico da semifinal, Enderson Moreira destacou que sua orientação para os jogadores é pensar apenas em fazer uma boa partida. “A gente precisa se preocupar apenas com o que pode controlar. A gente torce para que o árbitro possa fazer um bom trabalho e que as estrelas do jogo possam ser os atletas”, ressaltou. (AA)
Vantagem
Regulamento. Com a segunda melhor campanha da fase classificatória do Mineiro, o América leva vantagem de atuar por dois empates ou uma vitória e uma derrota pela mesma diferença de gols no clássico com o Atlético para garantir vaga na final da competição. A segunda partida será no domingo, às 16h, também no Independência.
Discurso. Apesar da vantagem, os jogadores do América pregam respeito ao adversário para não serem surpreendidos. “O adversário tem uma grande equipe, e qualquer deslize pode ser o suficiente para eles resolverem o jogo”, afirmou o atacante Marquinhos.
Lembrança. Um dos principais reforços para a temporada, Marquinhos fez sua estreia pelo Coelho justamente no clássico da primeira fase, quando o América acabou derrotado por 3 a 0. Ele teve um gol polêmico anulado pela arbitragem.