Na segunda-feira, o dia da mudança, você começa o regime, vai procurar um novo emprego, resolve que vai malhar, para de beber. Quantas vezes já se prometeu e não cumpriu? Você já parou para pensar que, quando você se engana, só esta fazendo mal a você mesmo? O que você pensa de você? Quando não gostamos de nós mesmos, como poderemos gostar de alguém? É tempo de mudar, mas como?
Procure disciplinar sua vida. Existe um livro infantil de Cora Coralina que conta a história de uma criança com um buraco no peito que precisa ser preenchido. É como nos sentimos, às vezes, com um buraco no peito, que chega a doer e, na maioria das vezes, essa dor não tem uma explicação plausível! Você tem uma família maravilhosa, marido, esposa, mãe, pai, filhos, emprego, casa, carro, amigos, saúde e parece que falta alguma coisa para tapar esse buraco.
A ansiedade que toma conta de nossas vidas corrói nossos sentimentos de paz e felicidade. Se está solteiro, quer casar; se está casado, quer sair sozinho; se não tem carro, quer comprar, se já tem, quer um melhor e por aí vai a busca pela “felicidade”, seja emocional ou material.
A busca do prazer está dentro de nós, basta encontrá-la e saber dosar. Tudo que é demais faz mal, seja o que for: amor, raiva, comida, bebida, religião, política.
Se for amor, você fica pegajoso; raiva, fica perigoso; comida, gordo; bebida, bêbado; religião, chato; política, ladrão.
Em um dia como hoje temos que ter disciplina sem exagero. Não precisa tentar começar tudo de uma vez, como citei em alguns exemplos no início: tente um de cada vez, peça a Deus sabedoria para discernir o certo do errado e coragem para enfrentar os “novos desafios”. Ah, e não se esqueça de agradecer a Deus pelas coisas boas que ele já te deu. Sem exageros, viu? Pede, mas agradece.
Esta coluna normalmente é escrita na quinta-feira e publicada na sexta. Na maioria das vezes, escrevo sobre a situação política por que estamos passando, e nesta semana não seria diferente, mas, lendo e relendo os assuntos para iniciar a coluna, me deparei com colunas antigas que escrevi em outros jornais em que trabalhei e achei esta, que foi escrita no fim dos anos 90, e percebi que ela estava mais atual do que nunca.
Em uma sociedade tão intolerante, em que você nem sequer pode expor suas opiniões nas redes sociais que já é massacrado pelas pessoas que são contra as suas ideias e/ou ideais, está mais do que na hora de todos os dias se tornarem uma segunda-feira.