O propósito da censura está na manutenção do status quo, evitando alterações de pensamento em determinado grupo social e a consequente disposição de mudança de paradigmas políticos ou de comportamento. Dessa forma, a censura é muito comum entre alguns centros de influência, como certos grupos de interesses, instituições religiosas e governos, como forma de fazer a manutenção do poder ou constituir hegemonia. Pelos mesmos motivos citados, a censura procura também evitar que certos conflitos e discussões se estabeleçam na sociedade.
A censura pode ser explícita ou institucionalizada, no caso de estar prevista na lei, proibindo a informação de ser publicada ou acessível, depois de ter sido analisada previamente por uma entidade censora que avalia se o dado pode ou não ser publicado.
Ela pode também tomar a forma de intimidação governamental ou popular, na qual as pessoas passam a ter medo de expressar ou mostrar apoio a certas opiniões, com medo de represálias pessoais e profissionais e até ostracismo. Nesse caso, o “modus operandi” dessas instituições se assemelham a certos tipos de terrorismo.
Pode também a censura ser entendida como a supressão de certos pontos de vista e opiniões divergentes, por meio de propaganda, contrainformação ou manipulação dos meios de comunicação social. Esses métodos tendem a influenciar a opinião pública de forma a evitar que outro sistema de deias, que não o dos grupos dominantes, tenham receptividade.
Formas modernas de censura incluem limitações infligidas ao acesso a certos meios de comunicação, ao modo de atribuição de concessões de rádio e televisão por agências reguladoras ou a critérios editoriais discricionários, segundo os quais um jornal, por exemplo, pode não noticiar determinado fato ou conteúdo.
A atitude do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) é um verdadeiro escárnio aos jornalistas desse país. Como pode “amigo do amigo do meu pai”, como ficou conhecido nas planilhas da construtora Odebrecht, se transformar em um “ditador de Toga”?
A Justiça é cega, e a venda é um símbolo de imparcialidade: significa que ela não faz distinção entre aqueles que estão sendo julgados. A balança indica equilíbrio e ponderação na hora de pesar, lado a lado, os argumentos contra e a favor dos acusados.
O STF existe para julgar, e o Ministério Público é quem investiga. No entanto, isso tudo foi modificado nesta semana. Os órgãos se apequenaram em uma disputa de poder que determinou o risco que corremos com esses incautos de toga.
Na tarde dessa quinta-feira (18), o ministro Alexandre de Moraes, do STF, revogou a decisão dele mesmo, que havia retirado de duas publicações a reportagem que relaciona o presidente da Corte, Dias Toffoli, com a empreiteira Odebrecht. A decisão foi divulgada depois de Celso de Mello, também ministro do STF, afirmar que qualquer censura é “ilegítima”.
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- Ricardo Sapia
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Ditadura de toga
A censura é muito comum entre alguns centros de influência, como certos grupos de interesses, instituições religiosas e governos
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