Quatro anos depois do 7 a 1, o técnico campeão brasileiro é Luiz Felipe Scolari, de 70 anos. Levir Culpi, de 65, colocou o Galo nos trilhos na reta final e controlou um crise. E outro septuagenário, Givanildo Oliveira, está a uma vitória de um milagre com o América, a permanência na Série A.
A bagagem de experientes treinadores voltou a cantar alto, principalmente nos momentos de crise. Depois da derrota para a Alemanha, os clubes correram em busca de sangue novo.
Roger Machado, após grande trabalho pelo Grêmio, foi a vedete dos grandes clubes. Galo e Palmeiras tentaram, mas não gostaram. E Roger, hoje, terá que provar em clubes medianos seu potencial.
O último trabalho de Roger foi sucedido por Felipão. No Palmeiras, o pentacampeão mostrou pouca novidade de jogo, mas conseguiu valer a força do elenco. Foi eliminado na Libertadores, mas passeou no segundo turno do Brasileirão.
Felipão é a prova de que a vontade de mudar é mais fraca que a pressão por resultados e títulos nos grandes clubes brasileiros. Some a isso a falácia de que aqui há 12 postulantes a títulos nacionais e internacionais. Temos uma bomba de demitir treinadores e, principalmente, uma máquina de frustrar bons trabalhos.
Mais do que a demissão em massa de técnicos, este mecanismo também inibe a criação de novidades nos times profissionais brasileiros e deixa nosso futebol cada vez mais óbvio. Isso abre espaço para “surpresas” na Libertadores, como eliminações para Jorge Wilstermann e Once Caldas.
Nas categorias de base, onde haveria espaço para inovações, também há pressão por resultado. E o espaço para o talento fica cada vez mais restrito, dando mais lugar para o físico. Desse jeito, estamos caminhando cada vez mais para formar tanques a “Messis”.
E cada vez menos temos espaço para técnicos revolucionários como Guardiola, Telê ou Martim Francisco. Os dois últimos são mineiros, de suma importância para o futebol mundial.
Com tanta pressão, a experiência realmente canta alto. Felipão, Levir e Givanildo têm bagagem suficiente para controlar um time e entregar aquilo que o clube busca. É importante demais dizer que essa é uma qualidade que deve ser exaltada! E mais: deve ter espaço nos clubes.
O que não pode é um clube ir navegando de conceito em conceito de acordo com a maré. Os títulos ficam mais distantes e os craques têm menos espaço para nascer. Apesar de todos estes caracteres, as décadas que acompanho o futebol não me faz crer numa mudança.
Então, Givanildo, faça sua experiência prevalecer. Espere o Fluminense. E vença! Mostre o quanto conhece de futebol e que merece, sim, uma estátua no Independência! Certeza de que o Brasil inteiro é América hoje no Maracanã!
O melhor
Dos 20 clubes na Série A, o Cruzeiro é o que tem trabalho mais consolidado, ao lado do Grêmio. Os dois são os times que, hoje, sabem exatamente o que querem e começarão 2019 na frente. Entender isso e encontrar o comandante certo é o caminho mais próximo dos títulos.