Quando Richarlison recebeu as primeiras oportunidades no América em 2015, estava na cara que o garoto de Nova Venécia (ES), possuía estrela. A lapidação do atleta foi surpreendente. Em três anos, ele deixou Minas, foi para Rio e rumou para a Inglaterra, onde é tratado como um dos mais valiosos jovens do futebol local. Nada o intimida. Nem mesmo a responsabilidade de ser o principal reforço do Everton, um dos mais tradicionais clubes ingleses.
Em sua estreia com a camisa 30 dos Toffees, Richarlison deixou uma belíssima impressão. Marcou os dois gols do Everton no empate com o Wolverhampton por 2 a 2. E é nítido também o comprometimento tático do brasileiro, que auxilia na recomposição imaginada pelo técnico Marco Silva. Ele é um daqueles jogadores que faltaram na lista de Tite, que morreu abraçado com suas convicções durante a Copa do Mundo.
Ainda bem que o tempo, diga-se CBF, permitirá (ao menos é o que se espera) a Tite um novo ciclo até o Mundial do Catar para corrigir erros. Richarlison merece uma oportunidade na seleção brasileira, assim como o meio-campista Arthur, hoje no Barcelona.
Muito falou-se da coerência de Tite em suas escolhas, mas para ser campeão do mundo é preciso ousar. Mesmo que seja a primeira amostragem, o Chelsea do italiano Maurizio Sarri é uma prova disto. Na vitória por 3 a 0 sobre o Huddersfield Town, no sábado, o novo técnico do time londrino reestruturou seu meio-campo adiantando Kanté como segundo volante, dando mais liberdade para Barkley e posicionando Jorginho como primeiro volante.
Quando muitos questionavam se Sarri conseguiria atuar com um roubador de bolas no meio, o técnico não só provou que era possível como deu ao Chelsea a marca de maior domínio da posse de bola.
Assim como Richarlison, Jorginho merecia ter recebido uma atenção especial de Tite na última temporada. Ao perceber que não teria espaço com a Amarelinha, ele optou pela Itália. Foi titular de imediato no primeiro amistoso da "Squadra Azzurra". Técnico, o jogador poderia ser uma das peças no meio-campo brasileiro.
Há muito o que elogiar no trabalho de Tite, mas esperamos que ele priorize o rendimento atual à simples coerência em suas listas. Dedé, no Cruzeiro, é outro que pede passagem.