A atual janela de transferências tem mostrado que vivemos uma nova realidade em nosso futebol, financeiramente falando. Tem se tornado cada vez mais comum atualmente vermos jogadores medianos recebendo valores de craques. Aliás, isso passou a ser o normal. E não é culpa dos atletas, mas dos clubes que os impulsionam a esse patamar.
Para contar com os jogadores, as equipes têm se deparado com a necessidade de elevar e muito o nível de propostas aos profissionais e aos donos dos seus direitos, o que me parece um caminho sem volta se o objetivo for montar um elenco com condições de grandes conquistas.
Com o substancial salto que temos observado, podemos já perceber um cenário de surrealidade nos pedidos de atletas e propostas de clubes. Em alguns anos, poucos poderão competir com as grandes potências, que hoje me parecem ter nome: Flamengo e Palmeiras. Entretanto, também pode ser que essas ações sejam duradouras. Parece-me ser algo cíclico.
Aliás, o alviverde é um caso à parte. Campeão brasileiro e invicto por um período que superou um turno da principal competição nacional na última temporada, o Palmeiras não se desfez dos seus principais jogadores e foi além, contratando excelentes nomes e incorporando-os a uma equipe que já era ótima. Dá pra se dizer que o Verdão contrata até sem necessidade, falando o português claro. São muitas boas opções nas mãos de um excelente comandante, Felipão.
Os esforços do Flamengo me parecem o oposto. A cobrança da torcida trouxe na chegada de uma nova gestão a necessidade da busca por certezas, sem pensar mais em apostas, e dar uma resposta a seus apoiadores. Talvez por isso o excesso nos investimentos.
Tudo bem, Arrascaeta e Gabriel Barbosa são jogadores de muito bom nível, pensando no mercado nacional.
Porém, pensando apenas no caso do uruguaio, é uma compra que pode superar os R$ 80 milhões em uma transferência no mercado interno de um jogador importante, mas longe de ser considerado incontestável.
Não adianta dizer que não há um inflacionamento do futebol nacional com propostas como as que o Flamengo tem oferecido para seus jogadores. Não adianta brigar com os fatos.
Qualidade. Uma das investidas do Cruzeiro para essa janela de transferências, possível graças à volumosa grana recebida pela ida de Arrascaeta, Rodriguinho tem tudo pra se confirmar um baita reforço pro meio-campo do time celeste. Saiu do Brasil em alto nível e ficou escondido no Egito, mas creio que retorne também com bom futebol. Resta a dúvida pra saber em qual função ele vai atuar por aqui.
Ainda que seja a chegada de um nome de peso em substituição a outra referência, Rodriguinho e Arrascaeta são bem diferentes em campo. Foi atuando centralizado que Rodriguinho se deu melhor, enquanto o uruguaio aparecia pelo lado com mais eficiência. Em minha leitura, ele poderia, sim, atuar com Thiago Neves, mas não sei se formando um trio com Robinho. Dúvida boa para Mano Menezes solucionar neste início de uma longa temporada.
Assustadora nova realidade financeira do nosso futebol
Não adianta dizer que não há um inflacionamento do futebol nacional com propostas como as que o Flamengo tem oferecido para seus jogadores
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